A Educação de Jovens e Adultos (EJA) já beneficiou milhares de alunos em Parauapebas. Só este ano, mais de três mil alunos voltaram para a sala de aula. Não há limite de idade, a partir de 15 anos qualquer pessoa pode ser matriculada no programa.
Também não há distinção social. Nas salas de aula há o desempregado, o empregado, o autônomo, o empresário e aqueles que buscam, por meio da escola, qualificação para conseguir o primeiro trabalho. Mas entre todos esses segmentos existe algo comum: todos estão voltando para a escola. São pessoas que, em algum momento de suas vidas, desistiram de estudar, por vários motivos, segundo a coordenadora pedagógica Lucilene Rodrigues Ramos.
“Os nossos alunos são pessoas que saíram da escola porque moravam na roça e tinham que ajudar os pais, são mulheres que interromperam os estudos por causa da gravidez, são donas de casa que priorizaram criar os filhos e depois voltar a estudar e outros, que decidiram primeiro trabalhar, mas agora estão voltando para a escola”, conta a coordenadora.
A EJA contempla todas as fases do Ensino Fundamental, da 1ª a 9ª série, oportunizando a todos, o ingresso no Ensino Médio. “Para muitos, uma grande conquista, já que o retorno à escola nem sempre é fácil, a maioria dos alunos vive em risco social”, diz Lucilene.
De acordo com a coordenadora, um dos grandes desafios da EJA é a luta contra a evasão escolar. “A permanência em sala de aula de pessoas que vivem no chamado risco social, o trabalho sendo priorizado por conta de a maioria já ter família, ou mesmo o desemprego sendo um entrave, requer que os profissionais responsáveis, coordenadores e professores, tenham grande esforço e dedicação”.
Por conta da diversidade social entre alunos da EJA, a didática usada pelos professores do programa tem que ser especial, diferenciada, explica Lucilene. “A proposta de trabalho tem que ser dinâmica, interessante para o público alvo. Os professores têm que ter uma visão das condições sociais dos nossos alunos, e a partir daí, eles podem trabalhar as disciplinas por meio de temas que são interessantes para o alunado”, ressalta.
Para conseguir mudar a vida de pessoas, o programa conta com um quadro de profissionais qualificado e comprometido. São 161 professores e 14 coordenadores. No calendário letivo constam encontros mensais desses profissionais. É a chamada Formação Continuada. Tem o objetivo de garantir a professores e técnicos da educação constante aprendizagem (inovação) de métodos de ensino.
“Na Formação Continuada, são trabalhados conteúdos específicos das disciplinas, mas o mais importante é a troca de experiência entre esses profissionais”, reitera Lucilene.
Fonte: ASCOM/PMP