Oleiros de Eldorado do Carajás temem que as chuvas os impeçam de trabalhar e pedem iniciativas do Governo Municipal.
“Falta de opção de emprego e incentivo do governo municipal”. Palavras de quem teve uma vida inteira nas olarias. Antônio Luiz é o presidente da Associação dos Oleiros que dá conta de que as olarias em Eldorado do Carajás emprega, informalmente, aproximadamente 2 mil pessoas.
Com o final do ciclo da madeira a escassez de emprego foi a grande herança deixada o que levaram muitos a buscar na argila a sobrevivência.
Mas a chegada do inverno, sinal de lucros para muitos, é encarada como desemprego para os oleiros, em face do total alagamento das áreas em que trabalham, a margem do Rio Vermelho.
Antônio Luiz diz pretender acionar o governo para liberar uma bolsa desemprego para os oleiros na época das chuvas. Outra dificuldade é a falta de madeira para queimar os produtos produzidos nas olarias, pois a parada das serrarias pôs fim aos sarrafos de madeira que eram aproveitados nos fornos. Segundo Antônio, a madeira atualmente usada para alimentar os fornos é trazida de municípios vizinhos.
Como saída ele diz que deveria ser feito um projeto ambiental disponibilizando uma área mais ampla e industrial o que, além de dar melhores condições de vida às pessoas que vivem desta atividade, aqueceria tanto os cofres públicos quanto a economia do município.
O presidente diz que o maior problema enfrentado por ele é o fato de que a área é pequena e não comporta as pessoas que precisam, e poderiam, estar trabalhando nas olarias. “A associação não possui recursos e o governo municipal não quer comprar outra área”, lamenta Antônio Luiz que diz custar cerca de R$ 20 mil o alqueire de terreno argiloso. O trabalho manual é pesado, mas é o jeito encontrado de tirar a subsistência das famílias sem acabar rápido com a área.
A área é dividida entre os associados e cada um que administra uma área de trabalho divide entre os que trabalham na produção.
Por Francesco Costa – Eldorado dos Carajás