Por Ulisses Pompeu – Marabá
As denúncias de corrupção pelo país – somadas ao afastamento da presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto – fizeram o Partido dos Trabalhadores encolher em várias cidades de médio porte. E Marabá não foi exceção. Nas eleições de 2012, o partido contava com um candidato a vice-prefeito e um total de 28 para vereador. Agora, nenhum nome do partido arriscou disputar a prefeitura e o número de candidatos a vereador simplesmente despencou: caiu para 18 em 2016.
Nas últimas quatro eleições, o PT oferecia nas urnas o nome de Bernadete ten Caten (ex-deputada) e até de seu esposo, Luiz Carlos Pies como candidatos, ora para prefeito, ora para vice. Este ano, o casal 20 ficou de fora do pleito.
A única vereadora do partido na atual legislatura não está concorrendo à reeleição. Antônia Carvalho, a Toinha do PT, respeitada por seus colegas de Parlamento, ficou desencantada com a política e resolveu abdicar de concorrer pela terceira vez a uma vaga na Câmara Municipal e deverá voltar à educação.
A pajé do PT em Marabá, ex-deputada estadual Bernadete ten Caten, vive no limbo político, proibida pela Justiça Eleitoral de candidatar-se a qualquer cargo eletivo por abuso de poder econômico nas eleições de 2008. Mesmo assim, ainda conseguiu empurrar o marido Luiz Carlos Pies ao cargo de vice-prefeito na chapa de João Salame em 2012 e viu o filho, em 2014, ser eleito deputado estadual em seu lugar, graças ao eleitorado fiel nos assentamentos rurais nesta região.
O clã ten Caten não é unanimidade em Marabá e o partido se fragmentou muito nos últimos anos, em virtude das diferenças ideológicas com outras tendências do PT local, principalmente a ligada à vereadora Antônia Carvalho.
Em maio deste ano, a Polícia Federal realizou uma operação em Marabá, Belém e Parauapebas, tendo cumprido mandados de busca e apreensão na residência da família ten Caten em Marabá, no gabinete do deputado Dirceu ten Caten em Belém, na esteira da operação “Concorrência Limpa”.
O Partido ficou mais desgastado ainda no município durante os 90 dias em que o vice Luiz Carlos Pies assumiu a vaga do titular João Salame Neto, afastado pela Justiça. Tentou colocar a Prefeitura nos trilhos, mas tomou decisões impopulares e foi para o ringue desleal com educadores, a maior classe entre os mais de 10 mil servidores do município.
Mas não foi apenas o número de vereadores do PT em Marabá que encolheu. O nome do partido em alguns santinhos de candidatos também reduziu muito de tamanho. Em alguns casos, desapareceu completamente. É a situação, por exemplo, de um vídeo em que o jovem deputado Dirceu ten Caten aparece pedindo votos para Eva Abreu, sua colega de legenda em Marabá. Em nenhum momento aparece legenda com nome do PT. No máximo surge a estrela, mas em algumas propagandas dos candidatos do PT em redes sociais só o vermelho permanece, talvez para disfarçar.
A omissão do nome do partido não pode apontar para o prenúncio de um epitáfio do PT em Marabá. A legenda é que precisa rever suas ideologias para voltar ao que era no manifesto de fundação do partido, em 1980. Por enquanto, a história do Partido dos Trabalhadores avança recuando.
2 comentários em “Eleição 2016: PT encolhe em Marabá e candidatos preferem passar borracha no nome da legenda”
Ulisses,a função do jornalista não é fazer notícias,ele relata fatos,portanto documenta a história,o que você fez não foi nada além de cumprir sua função,são dispensáveis suas explicações para com essa laia de petralhas,eles sim, devem explicações para o povo de Marabá,são agitadores de massas,incentivam invasões de terras alheias e depois tiram proveito disso elegendo-se com o voto dos vermes parasitários dos movimentos “sociais”,se tivessem vergonha não omitiriam só os símbolos ptistas não,sairiam de vez da vida pública.
Senhores:
Uma assessora do PT em Belém acaba de entrar em contato com o blog reclamando desta reportagem. Alegou que ela está cheia de ódio contra Bernadete e Luiz Carlos. Isso não é verdade. Quem me conhece sabe que este é meu estilo de escrever. Para um lado e para o outro. Esta notícia é baseada em dados da Justiça Eleitoral e fatos de conhecimento público em Marabá. Sempre respeitei Bernadete e tive pouco contato com Luiz Carlos e seu filho, Dirceu. Não há ódio. Há jornalismo de dados, de fatos. Assim se faz e não escrevendo o óbvio.
Inclusive, Edvilson, que aparece em uma das imagens aqui, é meu amigo pessoal e admiro muito o trabalho de Eva Abreu, cuja família tem todo o meu respeito. Mas vou reportar sempre que for preciso.
Ulisses Pompeu