“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”
A frase acima é atribuída ao proeminente político mineiro Magalhães Pinto e teria sido pronunciada em 1979. Todavia, é atualíssima e devemos levá-la em conta ao analisarmos a política em Parauapebas, onde ainda se aguarda o nome a ser ungido pelo atual prefeito Darci Lermen.
Hoje o cenário apresenta as possíveis candidaturas dos vereadores Aurélio Goiano (PL ) e Rafael Ribeiro (MDB), do deputado estadual Braz (PDT), do deputado federal Keniston Braga (MDB), dos empresários Branco da White (União Brasil) e Hipólito H2 (PSC), do médico Dr. Felipe (Sem partido), do ex-prefeito Valmir Mariano (PSD) e da presidente do Sindicato Rural de Parauapebas Graziele Ribeiro (PL). Esses são os nomes mais comentados, mas possivelmente deverão aparecer mais candidatos para engrossar essa lista, já que em 2025 o orçamento da rica Parauapebas deverá beirar os R$3 bilhões, fato que por si só já desperta o interesse de muitos pseudos políticos da capital do minério.
O que se discute hoje, a miúde, é quem receberá as bênçãos de Darci Lermen e do governador Helder Barbalho na chapa da situação. Dizem, não é nada oficial, que Darci já teria escolhido o atual presidente da Câmara Municipal (Rafael Ribeiro). Porém, Braz, Keniston e Branco da White estudam maneiras para demover o prefeito da suposta decisão.
Darci alegou ao Blog, sem confirmar ser Rafael o escolhido, que foi feito um acordo entre os pretendentes ligados ao governo no início do ano passado e pacificado que o escolhido do governo seria o que estivesse melhor colocado nas pesquisas.
Boatos não faltam para apimentar essa disputa interna na situação. O último dá conta de um encontro entre Braz e Keniston cuja a pauta seria a abdicação à candidatura. Para apimentar mais a já temperada situação, vem a informação de que esse encontro teria sido idealizado pelo governador, que, inclusive, teria sondado Braz sobre a possibilidade deste compor o quadro do MDB.
Fontes ligadas ao governador afirmam que Helder aguarda um posicionamento de Darci para anunciar seu apoio, mas vê com preocupação a protelação do anúncio. Fontes ligadas a um candidato afirmam que Helder tem convidado um ou outro pretendente para reuniões em Belém e até para acompanhá-lo em viagens ao interior do Estado na tentativa de fazer o candidato ganhar corpo.
Helder, é sabido e nunca foi negado pelo governo, pretende fazer pelo menos 100 prefeitos aliados na eleição que se avizinha. Isso demostraria força política no Estado e garantiria seu nome nas mesas de negociações futuras lá pras bandas do planalto. Isto posto, devemos analisar com cautela essa hipotética interferência de Helder na acalorada sucessão de Darci em Parauapebas.
Fato é que números são números, e contra eles é difícil argumentar. Até que Darci faça a sua escolha (que na opinião da coluna já deveria ter acontecido há meses) não faltarão argumentos, fofocas, os disse-me-disse inerentes à política e que, afinal de contas, é o grande barato desse jogo. A protelação de Darci deve deixar um desgaste muito grande nos aliados. Se não nos candidatos, com certeza nos que os apoiam. Os candidatos são políticos, é inerente a eles o recuo estratégico, o passo atrás, o perder um dedo para salvar a mão. Já aquele sujeito que é apaziguado do candidato, esse não irá engolir suavemente a escolha de outro que não o seu, e isso pode tirar o estímulo inicial que o grupo da situação precisará para vencer uma das mais acirradas disputas políticas dos últimos anos em Parauapebas.
Nem vamos falar agora o que esse atraso traz de complicação para a formação das chapas ao Legislativo, pois o artigo ficaria muito grande, mas é um caso a ser mencionado.
Se há disputa na situação, na oposição não é diferente. O vereador Aurélio Goiano e todos os outros que pretendem fazer frente ao candidato de Darci brigam pelo apoio do ex-presidente Bolsonaro e se dizem candidatos da direita, contra Lula e contra quem apoia o atual presidente. Inclusive, pela bandas da direita já é anunciado um racha que praticamente isola Aurélio Goiano dos demais, que já estariam pactuados que o candidato da direita seria aquele que estiver melhor colocado nas pesquisas a serem realizadas em período pré-convenção dos partidos. Essa história de unir a oposição em Parauapebas já é antiga e nunca vingou, os egos são sempre bem maiores do que a razão e a incoerência tem predominado. Quem sabe dessa vez prevaleça o racional, o que acirraria mais ainda a disputa.
Os próximos capítulos dessa novela prometem acirrar ainda mais a busca pela cadeira mais macia do Morro do Ventos. Mas, baseado no que disse Magalhães Pinto, não há nada ganho, nem perdido. É provável que teremos, em outubro próximo, Aurélio Goiano representando a oposição ao governo Darci; o candidato do Darci (com ou sem apoio dos demais da situação); o candidato de consenso da situação que não seja o candidato do Darci e sim de Helder; e um candidato do outro grupo da direita… Isso pode acontecer, mas dificilmente ocorrerá. Situação e oposição deverão, ao final, ter apenas dois candidatos e a campanha se polarizará entre Aurélio Goiano e o candidato da situação. Veremos!
2 comentários em “Eleições 2024: Disputa eleitoral em Parauapebas está acirrada”
Rafael ribeiro é só mais um Darci na política.
Cidade está cansada de “mais do mesmo” está na hora de mudar,