Com o futebol paralisado pelo Brasil e pelo mundo devido a pandemia do novo coronavírus, os bastidores dos clubes começam a se destacar no meio das pautas esportivas. No Paysandu Sport Club, o assunto comentado durante a semana foi a respeito da eleição presidencial dentro do bicolor estadual. Em 2020, é ano eleitoral no Papão da Curuzu, onde os habilitados a votos irão eleger os representantes do alviceleste para o próximo biênio.
O presidente da Assembleia Geral, Nilton Gurjão, tem a responsabilidade de organizar a eleição do Paysandu e antecipa que aproximadamente 1.300 pessoas tem direito ao voto dentro do clube, sendo os sócios proprietários adimplentes, remidos, beneméritos, grandes beneméritos e membros natos. A expectativa é que a eleição seja mantida para a segunda quinzena do mês de novembro, quando os habilitados serão convocados a participarem da Assembleia Geral Ordinária bienal, tudo sob a regência do Estatuto Social.
Com os casos da Covid-19 se alastrando no estado do Pará, que já chega ao registro de 3.359 infectados, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no início da noite desta sexta-feira (01/05), a eleição do Paysandu Sport Club pode está ameaçada de não ocorrer. Sendo assim, o presidente da Assembleia Geral vai obedecer o que diz o estatuto do clube, se caso surgir essa possibilidade.
“A saída jurídica é continuar o mandado tampão até que seja possível fazer a eleição, mas não se espera que chegue nesse ponto, até em novembro a gente já consiga fazer. É uma eleição trabalhosa que a gente tem que preparar a cerca de quatro meses antes, porque move questão de urna eletrônica, tem que pedir para o TRE, editais que tem que sair com dois meses antes, os que estão aptos a votar, essa coisa toda. A eleição realmente é muito trabalhosa,” afirmou Nilton Gurjão, presidente da Assembleia Geral do Paysandu.
Durante a semana, o atual presidente do Paysandu Sport Club, Ricardo Gluck Paul, teve áudio vazado reclamando de oposição dentro do clube, onde afirma que estão trabalhando contra o seu mandato. A reclamação do mandatário bicolor seria uma indireta para representantes ligados a um movimento de oposição instalado dentro do clube. As críticas contra o presidente do Papão só aumentaram depois que anunciou, em meio a crise instalada, a contratação de Marcone Barbosa, diretor executivo de marketing.
Para muitos, principalmente os opositores do mandatário, houve uma precipitação de Ricardo Gluck Paul em contratar um profissional em meio a pandemia, já que em uma nota oficial no site do Paysandu, o presidente anunciou o corte salarial de 50% para todos os jogadores do atual elenco bicolor, contando da data que o plantel encerrou as atividades, no caso 19 de março. Em relação a Marcone Barbosa, o profissional passou 15 anos no Cruzeiro-MG, e nesse momento vai trabalhar de casa, o chamado home office, até o final do mês de maio.
“O que a gente tem que fazer? É olhar para frente, é se acostumar, infelizmente é isso que a gente tem, não esperar deles nenhuma situação de solidariedade, vão criticar tudo o que for feito. Imagine agora que é o momento que mais precisamos de dinheiro e trazemos um especialista da área, “pô, tá errado”… só achando graça,” disse Ricardo Gluck Paul, em um trecho de seu áudio vazado.
Por Fábio Relvas / Foto: Cláudio Pinheiro