Eleições 2018: Pará bate recorde de candidatos em busca da reeleição

Dos 17 deputados federais paraenses, 14 tentarão a reeleição e, dos três senadores, dois também tentarão permanecer no Congresso Nacional

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Acompanhando uma tendência nacional, o Estado do Pará deve bater o recorde histórico de candidatos com mandato que optaram por buscar a reeleição ao mesmo cargo que ocupam até dia 31 de dezembro. Dos 20 parlamentares eleitos em 2014, apenas um senador e três deputados tentarão outro cargo. Um quarto pode ser impedido pela justiça de disputar qualquer cargo e os 15 demais vão tentar renovar seus mandatos.

Levantamento feito pelo Blog do Zé Dudu constatou que, mesmo com o forte desgaste da classe política, esse fator não afetou a disposição dos parlamentares em buscar um novo mandato, indicando um índice recorde.

A busca pela reeleição mobilizou mais de 95% dos parlamentares da bancada paraense, contrariando uma expectativa por renovação. No geral, na Câmara dos Deputados 447 parlamentares –– nove entre dez –– estão dispostos a permanecer no Congresso por mais quatro anos.

Senado Federal

Câmara dos Deputados

Estão em disputa em 7 de outubro, 17 vagas para deputado federal e duas vagas para o Senado Federal na que já é considerada a eleição mais disputada de todos os tempos.

Analistas explicam o fenômeno

Não há uma única razão evidente que explique o fenômeno. Até porque, nos últimos anos, as circunstâncias políticas transformaram o cenário para pior, o mundo político está muito pressionado. Pode ser uma questão estrutural, já que o movimento hoje favorece ainda mais os políticos tradicionais, os partidos maiores têm mais recursos. Por outro lado, existe uma vontade de renovação muito grande por parte da sociedade, a grande dúvida então é se essa taxa de recondução ao Congresso será alta.

Outra explicação é histórica. A partir da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, isso pode ter estimulado uma recandidatura no entendimento geral, porque ele tinha muito prestígio. Existia uma ampla base política: PFL (atual DEM), PSDB, MDB. Eram os grandes protagonistas do momento.

Em 2006, o prestígio de Lula também pode ter ajudado, mas a campanha foi um pouco melancólica, se comparada com a anterior. Tem que ver os cenários estaduais também. Se o governador é aliado, se vai concorrer com apoio dele, tem mais chances de se reeleger. O cálculo da recandidatura não é apenas submetido ao poder federal, mensalões e petrolões. As bases influenciam na escolha e os enrolados com a Lava Jato buscam manter o foro privilegiado.

Por: Val-André Mutran – Correspondente em Brasília