Por Ulisses Pompeu – de Marabá
Qual o candidato a prefeito de Marabá gastou mais dinheiro na campanha eleitoral de outubro deste ano? Tião Miranda, que foi eleito? Se você respondeu sim, então errou por muito. Antes da resposta, é preciso informar que os quatro candidatos a gestor do município gastaram, juntos, R$ 897.416,63.
O prefeito eleito, Tião Miranda, recebeu 54.416 votos no dia 3 de outubro deste ano e teve gastos declarados no valor de R$ 280.143,10. Isso significa que o custo médio de cada voto dele foi de R$ 5,14. Miranda recebeu, ao todo, R$ 294.500,00 de doações, sendo que apenas ele injetou em sua campanha R$ 75.500,00. Outras 12 pessoas doaram o restante, com destaque para o pecuarista Braz de Oliveira Bueno, que depositou na campanha de Tião uma bolada de R$ 100.000,00.
Segundo colocado na eleição, o médico Manoel Veloso teve gastos menores, tanto em quantitativo quanto em percentual por voto. Diferente dos outros três candidatos, que arrecadaram mais do que gastaram, a campanha de Veloso recebeu apenas R$ 64.850,00, mas gastou R$ 225.326,33. Como ele obteve 47.640 votos, cada um deles custou R$ 4,72.
O médico Jorge Bichara foi quem gastou mais e teve o voto mais caro. Ele recebeu como doação um total de R$ 388.000,00 e gastou na campanha R$ 387,117,20. Com isso, cada um dos 5.647 votos valeu R$ 68,55.
Com a campanha mais modesta de todos, Rigler Aragão recebeu como doações um total de R$ 9.115,00 e gastou apenas R$ 4.830,00, tendo recebido nas urnas 2.348 votos, custando cada um uma média de R$ 2,05.
É bom lembrar que o limite de gasto para prefeito este ano foi de R$ 957.770,76, mas nenhum candidato chegou a usar a metade do permitido por lei. Também é preciso explicar que, caso não tenham usado todo o dinheiro que arrecadaram, os candidatos não podem ficar com a sobra. A legislação eleitoral ordena que eles recolham o saldo para o fundo partidário, através de Guia de Recolhimento da União. E foi exatamente isso que fizeram Tião Miranda, Jorge Bichara e Rigler Aragão.
Entre os 21 vereadores eleitos, o mais votado foi o atual presidente da Câmara, Miguel Gomes Filho, o Miguelito. Ele recebeu 2.510 votos e declarou gastos de R$59.497,37. Com isso, cada voto custou em média R$ 23,70. Segundo colocado, Pedro Correa obteve 2.062 votos e gastou na campanha R$ 26.300,00. Cada vez que o eleitor apertou o verde para votar nele, o custo foi de R$ 12,75.
Alécio da Palmiteira garimpou nas urnas 1.920 votos e gastou R$ 20.800,00. Com isso, o custo médio por voto foi de R$ 10,83. O quarto mais bem votado em Marabá para vereador foi Tiago da Obras, com 1.891 votos. Ele informou ao TSE que gastou na campanha apenas R$ 6.997,05, embora tenha arrecadado R$ 27.750,00 por intermédio de doação. No fim, cada voto do engenheiro da Secretaria de Obras custou apenas R$ 3,70.
Priscila Veloso obteve 1.880 votos em 3 de outubro e foi a quinta mais bem votada. Ela disse ter gasto em campanha uma pechincha: apenas R$ 5.130,00, embora tenha arrecadado por doação um total de R$ 15.390,00. E cada voto dela teve um custo médio de R$ 2,72.
A médica Cristina Mutran foi às urnas e garimpou 1.846 votos. Ela informou ao TSE que gastou na campanha a cifra de R$ 159.432,12. Com isso, cada voto dela custou em média R$ 86,36. Trata-se do voto mais caro entre todos os candidatos, inclusive prefeito. Ela barrou até mesmo o candidato a prefeito Jorge Bichara, que gastou em cada voto R$ 68,55.
Pastor Ronisteu da Silva foi o sétimo mais bem votado e conquistou abençoados 1.819 votos em 3 de outubro. Como declarou ter gastos de R$ 10.511,83, cada um dos sufrágios teve o valor de R$ 5,77.
O vereador Beto Miranda foi às urnas e trouxe de lá 1.805 na última eleição. Além de ser o oitavo mais bem votado, gastou apenas R$ 3.000,00, segundo declarou. E cada voto, então, teve custo médio de R$ 1,66, o que não paga um picolé.
O jornalista Nonato Dourado alcançou 1.799 votos e gastou R$ 3.660,02 em campanha. Isso significa que cada voto dele saiu ao custo de R$ 2,03. Márcio do São Félix foi à urna e retirou de lá 1.669 votos e declarou gastos mínimos de apenas R$ 3.000,00. Assim, cada vez que alguém teclava verde para ele na urna eletrônica o custo era de apenas R$ 1,79, o que não dá para pagar uma passagem de ônibus.
O vereador Ilker Moraes fez uma campanha com gastos de R$ 20.241,70 e obteve nas urnas 1.523 votos, sendo que cada um deles teve custo médio de R$ 13,29. Em décimo segundo lugar, Mariozan ganhou nas urnas da zona rural um total de 1.428 votos e foi eleito gastando R$ 8.818,07. E para cada voto ele teve gasto médio de R$ 6,17.
Como décimo terceiro mais votado, Edinaldo Machado recebeu 1.421 votos e gastou R$ 9.950,00. O custo médio de cada voto foi R$ 7,00. Cabo Rodrigo alcançou 1.410 votos, gastando R$ 3.580,00. Com isso, o custo médio de cada voto foi de R$ 2,53.
Francisco Carreiro Varão, o Frank, obteve 1.387 votos e gastou por eles R$ 37.777,60. O custo médio de cada voto foi de R$ 27,23. Ray Athie alcançou nas urnas 1.314 votos e gastou R$ 3.190,00. Ou seja, cada voto teve custo de R$ 2,42.
Irmão Morivaldo teve 1.132 votos e declarou gastos no montante de R$ 4.160,00. Com isso, cada voto dele custou R$ 3,67. Gilson Dias, décimo oitavo mais votado, alcançou 1.103 votos e gastou R$ 24.699,00. Diante disso, cada voto dele teve custo médio de R$ 22,39.
Paulo Sérgio do Rosário Varela, o Badeco, alcançou 1.027 votos e declarou o menor gasto de todos os candidatos: apenas R$ 1.440,00, embora tenha arrecadado R$ 7.636,00. Com isso, cada voto que conquistou nas urnas saiu mais barato que um molho de cheiro verde: R$ 1,40.
A vereadora Irismar Melo teve uma votação cabalística com 999 votos e gastou em campanha R$ 14.301,15. Cada um dos votos que obteve saiu em média por R$ 14,31. Marcelo Alves – o fona entre os vereadores eleitos – alcançou nas urnas um total de 941 votos e gastou R$ 4.301,20. Cada um dos seus votos suados custou R$ 4,57.
Investimentos pesados em campanha não são garantia de vitória nas urnas. É o caso de Eduardo Todde. O garoto boiadeiro teve uma campanha rica, arrecadando R$ 100 mil e gastando R$ 84.645,00. Mesmo assim, não foi eleito e alcançou 1.107 votos. A matemática eleitoral não lhe deixou entrar na Câmara Municipal. Cada um dos seus votos custou R$ 76,46.
2 comentários em “Eleitos em Marabá gastaram de R$ 1,40 a R$ 86,36 por cada voto”
ZEDUDU, Esses vereadores eleitos agora em 2016 em marabá são verdadeiros artistas, como conseguem se eleger com tão pouco custo, com destaque para Badeco , Priscila , Marcio do são Felix e outros, merece ir para o livro dos recordes. Isso não é no minimo curioso?
Essas cálculos não condizem com a realidade do sistema eleitoral do Brasil em especial o de Marabá é uma estatística, feita em números fantasmas!!! Se for puxar a realidade a maioria dos candidatos estariam com suas prestação de contas indeferidas, pois o volume de carros de som, santinhos, formiguinhas superam esses valores informados.