Na sequência da série de reportagens “Mortes, números e suas causas”, trataremos do assunto “Mortalidade por faixa etária”, um detalhamento da participação dos óbitos em cada faixa etária, em relação ao total de óbitos.
A exemplo da reportagem anterior, nesta também os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), um sistema de vigilância epidemiológica nacional cujo objetivo é captar dados sobre os óbitos do País a fim de fornecer informações sobre mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde.
Em 2018, em Parauapebas, a mortalidade por faixa etária apresentou perfil diferente para cada sexo: no masculino, a mortalidade foi mais precoce, aumentando significativamente na faixa de 20 a 29 anos; já no sexo feminino, a mortalidade segue um aumento gradativo conforme a idade, sendo a maior concentração dos óbitos em mulheres acima de 80 anos de idade.
A mortalidade segundo a idade mede a participação dos óbitos em cada faixa etária, em relação ao total de óbitos. Dessa forma, elevadas proporções de óbitos de menores de um ano de idade estão associadas a más condições de vida e de saúde. Enquanto isso, o deslocamento da concentração de óbitos para grupos etários mais elevados reflete a redução da mortalidade em idades jovens – sobretudo na infância – e o consequente aumento da expectativa de vida da população.
Em 2018, observou-se que o número de óbitos em Parauapebas é maior em idosos, sendo a faixa etária de 80 anos ou mais a que representa o maior percentual, com 14,63%. A quantidade de óbitos com essa informação ‘ignorada’ é elevada por acontecerem casos que, embora investigados, são encontrados em avançado estágio de decomposição e por serem considerados indigentes (sem documentos ou família), ficando difícil identificar a idade.
Fazendo uma análise comparativa com os anos 2017 e 2018, percebe-se que houve redução em algumas faixas de idade, principalmente em menores de 1 ano e de 20 a 39 anos, e aumento da mortalidade em maiores de 70 anos. Em 2018, quase a metade de todos os óbitos (45,68%) se deu na população acima de 60 anos.