O governo vai avaliar nesta segunda-feira a redução da mistura obrigatória de álcool na gasolina, que é atualmente de 25%. Para os analistas do setor de energia, a medida não faz sentido no mercado de combustíveis porque não há risco de desabastecimento. No entanto, uma eventual diminuição beneficiaria a Petrobras – que, com isso, melhoraria suas margens – e afastaria o risco de desgaste político que o aumento do preço da gasolina pode causar em ano de eleições.
Reduzir o percentual de adição de etanol é uma alternativa para aliviar os custos da Petrobras. A medida tem três efeitos simultâneos sobre as contas da empresa. Primeiro, reduz os gastos com a compra do álcool no momento em que o preço está mais elevado. Esse é o período da entressafra da cana, quando o álcool fica bem mais caro.
Segundo ponto: como reduz a demanda por álcool, a diminuição da mistura tende a provocar também queda no preço do produto – o que também alivia os gastos da Petrobras com a compra de álcool. Por fim, eleva o consumo de gasolina no mercado interno – e, por conseguinte, a receita da estatal com o combustível. Não só a venda aumenta – o preço pago, também. Hoje, a gasolina custa mais no Brasil que no mercado internacional.
Fonte: Último segundo