O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa e seu colega, Jader Filho, do Ministério das Cidades, acompanhados de técnicos do governo federal, inspecionaram nesta quarta-feira (24), as principais obras em andamento de suporte à realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025.
Eles visitaram o Parque da Cidade, o Mercado São Brás, a Estação das Docas e a Nova Doca, entre outros projetos em curso na capital paraense. O governo federal está preocupado com o número insuficiente de vagas na rede hoteleira de Belém. A Casa Civil estuda a eventual adequação do calendário, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, principalmente na data marcada para a visita dos chefes de Estado de, pelo menos, 100 comitivas estrangeiras que já confirmaram presença no evento global.
Também presente na comitiva, o secretário extraordinário para a COP 30, Valter Correia, acompanhou a inspeção das obras em Belém. Uma reunião com o governador Helder Barbalho (MDB) foi marcada para analisar as ações do Governo Federal na capital.
Ontem, terça-feira (23), uma equipe da Secretaria Extraordinária para a COP 30 (Secop) também acompanhou o progresso das obras realizadas em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal.
Um dos locais visitados foi o mercado Ver-o-Peso, que está passando por reformas que incluem o Mercado de Carnes, o Mercado do Peixe, a Feira do Açaí e a área dos restaurantes e da feira aberta.
No Centro Histórico de Belém está concentrada a maior parte das obras, mas no Parque da Cidade, antigo Aeroclube, as intervenções são de grande impacto para a vida da cidade, e funcionará como maior legado do evento ao povo belenense.
A equipe da Secop também se reuniu com o secretário municipal de Planejamento e Gestão, João Cláudio Arroyo, e com chefe de gabinete da prefeitura de Belém, Aldenor Júnior, para alinhar os próximos passos das demais obras.
Em entrevista à TV Liberal, o ministro detalhou a agenda no Pará, além das dificuldades enfrentadas para receber esse grande evento e quais medidas estão sendo realizadas para suprir as necessidades estruturais.
“Um desafio grande que é colocar Belém e a Amazônia para o mundo. O setor de hotelaria é o maior desafio. Cedemos alguns prédios federais públicos para se transformarem em hotéis, pra atender essa diversidade de público para a COP e estamos contratando alguns navios que, após a dragagem, vão viabilizar a chegada deles”, detalhou o ministro.
Rui Costa disse que conversou com o governador Helder Barbalho para fazer a cessão do antigo prédio do INSS, na Avenida Nazaré, para ser convertido num hotel, como exemplo do que já está sendo feito com o antigo prédio da Receita Federal e os armazéns da Companhia Docas do Pará, que também já estão sendo remodelados dentro do plano de obras.
Questionado sobre a fala do presidente Lula na terça-feira, afirmando que “Belém não tinha a estrutura para receber um evento dessa magnitude”, o ministro Rui Costa ponderou: “Eu diria que o presidente Lula tinha consciência de que não só Belém, mas se nós formos fazer uma evento como esse em outras capitais fora do eixo Rio-São Paulo–Brasília, você teria desafios a enfrentar”.
“A escolha da Amazônia supera todas as dificuldades, o que é muito simbólico, porque a fala do presidente vai no sentido de orientar as expectativas das pessoas que vem, para saber que elas estão vindo para a Amazônia. Elas estão vindo conhecer a realidade do Brasil, conhecer os desafios da sustentabilidade da Amazônia, que não estão limitadas as questões ambientais, mas também questões socioeconômicas das populações que vivem na Amazônia, que precisam viver aqui com qualidade de vida, dignidade, preservando o meio ambiente”, justificou.
Outro projeto discutido com o governador será a construção provisória de uma grande estrutura que servirá inicialmente às necessidades de vagas na rede hoteleira, em terreno vazio próximo a realização dos principais eventos agendados durante a COP 30, e que posteriormente o governo do Estado adequará para servir como seu Centro Administrativo, adiantou Rui Costa. “Serão seis mil leitos em navios Classe A que o governo federal está finalizando a contratação, disse ele.
Rui Costa disse que o orçamento da COP 30 está em torno de R$ 4 bilhões. É bom lembrar que, não fosse a realização desse evento e Belém ter sido a escolhida para sediá-lo, a contar o comparativo da média de recursos do orçamento federal repassados ao Pará, em termos gerais, esse montante demoraria pelo menos quatro anos para ingressar no Estado. É uma oportunidade única para o Estado. “Se Deus quiser, vai dar tudo certo!”, disse Rui Costa.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.