Em carta ao GLOBO, Jader compara Ficha Limpa ao AI-5

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O deputado federal Jáder barbalho (PMDB), que teve seu registro de candidatura ao Senado negado na quarta-feira pelo TSE, reagiu de forma duríssima à sentença. Ele disse que a lei da Ficha Limpa, que motivou a decisão da Justiça Eleitoral, é pior que o ATO INSTITUCIONAL Nº 5, o AI-5, baixado pela ditadura militar, em 1968, e que foi considerado o golpe dentro do golpe militar. O AI-5 fechou o Congresso Nacional, cassou mandatos de parlamentares, proibiu manifestações públicas e, a partir dele, a linha dura tomou conta do regime de 64. Em nota enviada ao GLOBO, Jader afirmou: "essa lei supera o AI-5 da ditadura militar que decretou a inelegibilidade de seus adversários por 10 anos. A proposta popular era tornar inelegíveis os políticos condenados. Eu não tenho nenhuma condenação".

Em outro trecho, Jader diz que a questão da renúncia não estava incluída na proposta popular assinada por 1,5 milhão de pessoas. O parlamentar paraense disse que a possibilidade de cassar registro de quem renunciou tem como objetivo atingir o ex-governador Joaquim Roriz, do Distrito Federal. " A emenda da renúncia é um passageiro clandestino, colocado, na surdina, para atingir a Joaquim Roriz, visando o governo do Distrito Federal. O povo não tomaria uma decisão tão débil".

Jader confirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal – STF, disse que cassar candidatura de quem renunciou é inconstitucional e comparou o poder de retroagir da lei do Ficha Limpa ao divórcio. "É a mesma coisa que o Congresso criar hoje uma lei tornando o divórcio ilegal. E dizer que isso vale para quem se divorciou nos últimos dez anos. Ou seja, torna-se bígamo aquele que se casou novamente nos últimos dez, vinte ou trinta anos".

Fonte: Globo on line

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3 comentários em “Em carta ao GLOBO, Jader compara Ficha Limpa ao AI-5

  1. Jhonatan Responder

    Caro blogeiro ha de se pensar que em um bloco so o TSE do Para pediu a benção não so dos homens de ” bens” mas nos faz imaginar que um grupo de pessoas que deveriam avaliar comportamentos morais deixar passar um criminoso condenado a qual nossas crianças poderiam e poderam estar sem segurança.
    O brasil e os conceitos ja não são mais os mesmos no brasil mas no Para ainda a curais de eleitores como estes tres que foram vergonhosamente homogados pelos desenbargores corruptos que sujam a imagem deste estado tão lindo tão rico e com pessoas como o Ze Osmar que tem a coragem de expressar seu pensamento que acredito e o pensamento da maioria dos Paraenses. e olha Ze eu não sou paraense mas moro aqui ha muito e daqui que tiro meu sustento e defenderei este estado ate debaixo d’agua. obrigado pelo espaço.

  2. Mr Zaca Responder

    O Pará realmente estava precisando desta resposta positiva quanto a serenidade da justiça brasileiro, pois,é inaceitavel que uma pessoa em sã conciência, possa engolir esta balela, esta fálacia que” o defensor do povo do Pará” é inabalavel, a jsutiça tem que ser feita.
    Somente com justiça séria e transparente, podemos imaginar uma nação ,igualitária e honesta !!!!

  3. José Omar Responder

    Caro Zé Dudú:
    Eu não poderia deixar de comentar a decisão histórica e moralizadora do TSE.
    Partes do texto abaixo são extraídas de reportagens da revista Veja e do Lúcio Flávio Pinto,atualíssima, a exceção dos valores referentes a fortuna do Jáder, hoje bem superior aos números da época em que elas foram publicadas..

    Existem dois Jader Barbalho. O mais conhecido é o Jader Barbalho político: deputado federal pelo Pará, influente em Brasília, um dos cardeais do PMDB. O outro, mais obscuro, é o Jader Barbalho empresário, dono de prédios comerciais, fazendas, gado, terrenos, rádios, jornal, televisão, avião. O político é íntimo dos números: lembra-se da quantidade de votos que recebeu nas eleições mais longínquas, da data em que se elegeu para este ou aquele mandato. Já o empresário é uma lástima com números: não sabe quanto custou sua televisão, não lembra quanto pagou por esta ou aquela fazenda. É compreensível que o político seja minucioso com os números de sua carreira, pois Jader Barbalho certamente se empenhou para ser um político de tanto sucesso: já exerceu cinco mandatos parlamentares, foi governador duas vezes, ministro outras duas e hoje vocifera contra a decisão do TSE que abate sua candidatura a senador, retirando-lhe após a confirmação de seu recurso no STF-,o seu ganha-pão.
    O que chama a atenção é que seja tão desmemoriado com os números de sua vida empresarial, pois Jader Barbalho deve ter sido “um esmerado empreendedor, um incansável negociante”, para ter tanto dinheiro: seu patrimônio atual chega a 29,7 milhões de reais(em números do ano 2000) – o que equivale a 16 milhões de dólares, dinheiro com o qual se vive como milionário em qualquer lugar do planeta.
    Entretanto, o revoltado deputado que se auto-proclama, nessa carta ao O GLOBO, quase um mártir da democracia, uma espécie de “escolhido com a missão de servir ao povo do Pará” , “missão” que a justiça(tão malvadinha, quase pecadora) quer impedir, se esquece que sua vitoriosa carreira política vem,invariavelmente, acompanhada de “operaçõezinhas financeiras mal contadas”.
    Em 1974, Jader Barbalho tinha um patrimônio modestíssimo. Resumia-se a uma casa, um punhado de jóias e um automóvel. Tudo, somado, chegava, em valores atuais, a 61.200 reais. De lá para cá, porém, o pé-de-meia transformou-se numa fortuna. Até 1995, ano em que se separou da mulher, Elcione, e dividiu os bens com ela e os dois filhos, Jader e Helder, o patrimônio do senador cresceu nada menos que 60.000%. Algumas etapas do galope de seu enriquecimento:
    Entre 1974 e 1982, Jader Barbalho exerceu dois mandatos de deputado federal. Em valores atualizados, ganhava 8.600 reais por mês. Mas seu patrimônio cresceu a um ritmo de 17.000 reais por mês, o que corresponde ao dobro de seu salário.
    Entre 1982 e 1990, ele foi governador do Pará e ministro. Ganhou, nesses oito anos, 8.100 reais mensais. Sua fortuna galgava 170.000 reais mensais – dez vezes mais do que nos oito anos anteriores.
    Entre 1991 e 1995, o injustiçado quase candidato ganhou 8.600 reais por mês como governador do Pará. Nessa época, seu patrimônio disparava num ritmo de 412.000 reais ao mês – o equivalente a 48 vezes o salário que recebia.
    Considerando-se tudo o que conseguiu de 1974 até 1995, quando seu patrimônio chegou ao auge, avaliado em 37,8 milhões de reais, o líder peemedebista precisou poupar, ao longo de 21 anos, 150.000 reais por mês. Simples, não é Zé Dudu?
    Em resposta a uma consulta de seus inúmeros “detratores”, que teimam em tentar explicar tamanha competência para ganhar dinheiro, o economista e professor Claudio Felisoni de Angelo, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), fala, em tese, sobre a questão. Em teoria, segundo o professor, os caminhos para enriquecer assim, estufando, são os seguintes: receber uma herança, se casar com uma pessoa rica, acertar na loteria, ser dono de um imóvel urbano que sofra uma tremenda valorização ou, ainda, descobrir uma nova forma de fazer uma coisa velha, como o e-mail, que substituiu a carta. O professor Felisoni de Angelo afirma que também é possível enriquecer trabalhando duro. Mas, nesse caso, ressalva ele, é preciso que se tenha uma dedicação completa e se atue num ramo excepcionalmente próspero e promissor.
    O ramo “excepcionalmente próspero e promissor” é, sem dúvida, a política.
    Jader Barbalho é um caso de estudo: não ganhou herança, não deu golpe do baú, não acertou na loteria, nunca teve imóvel urbano estratégico nem é autor de invenção revolucionária alguma.
    É esse o homem que escreve essa compungida carta ao O GLOBO.
    Um exemplo perfeito de tudo o que atrapalha este país de cumprir seu destino de grandeza.
    Às suas viúvas, aos seus admiradores, o julgamento implacável da história.
    Ao povo do Pará, talvez o início de uma nova época.
    Pois, como diria o velho ditado: “Não há mal que sempre dure..”
    Brindemos, então!
    Abraços
    José Omar

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