Em coletiva no final da tarde deste domingo (10), o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, acompanhado de secretários municipais e membros da Polícia Civil, falou das providências tomadas logo após a tragédia da noite de sábado (9), que culminou com a morte de nove pessoas, no acampamento Terra e Liberdade, três delas de um provedor local de internet.

 Na oportunidade, ele antecipou a presença, neste início de semana, na cidade, de dirigentes nacionais do MST, do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e do presidente do Incra, César Aldrighi.

Darci disse que, assim que soube da tragédia, se dirigiu ao acampamento e o que viu ali foi só desolação, tanto pela perda de vidas quanto da parte de quem perdeu o pouco que tinha, como alimentos, utensílios domésticos, roupas e documentos.

Ele descreveu o cenário como assustador e disse que, a primeira providência foi mobilizar equipes da Saúde, Obras, Segurança e Defesa Civil, enfatizando que naquele momento, no município não havia outra prioridade que não fosse socorrer as vítimas da tragédia.

Outra medida imediata foi providenciar com o Saaep (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas) um carro-pipa para levar água potável ao acampamento, porque a bomba que puxava o líquido no local foi destruída pelo fogo. O prefeito disse ainda que o município arcou com todas as despesas funerárias, para que as famílias pudessem garantir, “no mínimo, enterro digno aos seus entes queridos”.    

O coordenador da Defesa Civil, Erick Nascimento, disse que, logo cedo, na manhã de do domingo, articulou as equipes do órgão para que fosse feito o reconhecimento das famílias afetadas, a fim de verificar quais foram os prejuízos e os danos estruturais e também comunicou os canais de Defesa Civil dos governos estadual e federal acerca da tragédia.

Erick disse que o órgão também providenciou a ida de assistentes sociais ao que restou do acampamento, assim como providenciou cestas básicas e kis humanitários e acompanhamento psicólogo, além de montar um comando da Defesa Civil no local, a fim de unificar a coordenação dos atendimentos.

O médico Yuri Amorim Braga, diretor do Hospital Geral de Parauapebas (HGP), afirmou que, assim que houve o comunicado da tragédia, a equipe da casa de saúde foi reforçada com a presença de quatro médicos, quatro enfermeiras e dez técnicos de enfermagem. Ele relatou que sete pacientes em situação de menor gravidade foram logo liberados, um continua internado com queimaduras de segundo grau e uma pessoa morreu.

O também médico Ronaldo Ribeiro, diretor de Média e Alta Complexidade da Secretaria de Saúde, informou que oito ambulâncias foram empregadas no atendimento às pessoas atingidas pelo fogo e também mobilizou equipes para atendimento ainda no local, com insumos e medicamentos e envio de psicólogos.

Adailson Teixeira, coordenador do IML (Instituto Médico Legal) de Parauapebas, falou sobre a remoção e identificação dos mortos e informou que foi colhido material genético do único cadáver não identificado, que será enviado a Belém, para exame de DNA, com prazo de dez dias para a emissão do laudo.

Pela Polícia Civil falou o diretor da 20ª Seccional Urbana, delegado João Abel de Matos, que disse ter aberto inquérito para apurar as causas e possíveis responsabilidades da tragédia e afirmou que aguarda os laudos a ser emitido pelo Corpo de Bombeiros, que também esteve no local na noite de sábado, para robustecer o trabalho investigativo

(Caetano Silva)