Já é letra da Constituição de 1988, a tão aguardada reforma do Sistema Tributário Nacional. Em sessão histórica, o Congresso Nacional promulgou nesta quarta-feira (20) a Emenda Constitucional 132, da reforma tributária. A cerimônia ocorre num plenário lotado da Câmara dos Deputados, em que ocorre sessão do Congresso Nacional. A emenda foi assinada pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mas, como nem tudo é perfeito, uma confusão envolvendo vários deputados, com direito a tapa na cara e ofensas ocorreu quase no final da sessão solene.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, compareceram ao ato de promulgação. Ao chegar, Lula foi ovacionado com gritos de “guerreiro do povo brasileiro” e também de “ladrão”.
O presidente da Câmara afirmou que “assume o compromisso público” de começar a discutir a regulamentação do texto “já no primeiro dia legislativo” de 2024 e que “ajustes” e outras reformas serão necessários no futuro.
Tapa na cara e ofensas no plenário lotado
Enquanto a sessão solene se encaminhava para o enceramento, uma confusão que quase sai do controle ocorreu na ala esquerda de quem está de frente para a Mesa Diretora. O deputado Washington Quaquá (PT-RJ), que preside a legenda no estado fluminense, deu um tapa na cara do deputado Messias Donato (Republicanos-ES). Era o início de uma confusão que só se vê em Bloco de Sujos bêbados, no meio da rua, em pleno Carnaval.
A discussão se deu durante a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro
Fazenda, Fernando Haddad, estavam presentes.
Tapa na cara
O início da discussão começou após deputados da oposição puxarem gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” pouco antes da fala do presidente. Nesse momento, Washington Quaquá se aproxima do grupo com o celular na mão e diz que vai apresentar uma ação no Conselho de Ética contra as manifestações.
Messias Donato pede então para que Quaquá se afaste do grupo. O petista reage dando um tapa no rosto do congressista do Republicanos.
Quaquá disse que estava tentando gravar o momento em que os “bolsonaristas” estavam xingando Lula, como o congressista Nikolas Ferreira (PL-MG), que, assim que o presdiente da República entrou no Plenário, puxou o coro de “o ladrão chegou”, entoado por outros parlamentares de oposição, como mostra vídeo postado nas redes sociais.
Em resposta, Quaquá teria chamado Nikolas de “viadinho”. Nessa hora, Messias Donato pegou em seu braço. “Ele tenta pegar meu celular e me empurra. Aí ele toma um tapa no meio da cara”, disse o petista.
“Dei um, dou dois e dou três. Não tem problema nenhum. Se me agredir, eu agrido eles. Os bolsonaristas estão acostumados a querer dar uma de machão e bater nos outros. Comigo a porrada canta. Então, dei-lhe um tapa na cara e muito bem dado”, declarou.
Um vídeo filmado pela deputada Sílvia Waiãpi, do PL do Amapá está circulando nas redes sociais. “Gente, o homem agrediu aqui o deputado. […] Ele deu um tapa no rosto”, diz a congressista, que aparenta não saber quem é Washington Quaquá.
“O tapa do amor, porque o amor venceu o ódio”, disse Donato em seu perfil no X (ex-Twitter). O deputado disse que a atitude de Quaquá “não ficará impune”.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.