Após 14 dias de greve dos educadores da rede municipal de ensino de Marabá, o Plenário da Câmara Municipal de Marabá esteve lotado por professores na manhã desta quarta-feira, dia 23 de agosto. Com cartazes com textos como: “Estamos em greve”, os servidores pediam apoio dos vereadores para avançar em pautas com o Poder Executivo.
O vereador Ilker Moraes disse que tem acompanhado a greve, mas que não nota o diálogo avançando. “De fato o Governo Municipal sempre usou o argumento que não tem recurso. Agora é dizendo que a Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) e outras receitas estão caindo. Mas, acredito que os números não são esses. A gente entende que a gestão precisa abrir os números da educação de Marabá. Não consigo entender como Palestina do Pará paga o piso e Marabá não consegue. Os recursos são proporcionais. Precisamos que o governo municipal abandone a intenção de não ouvir os educadores. O argumento de que não tem dinheiro tem que ser comprovado. Quando se apresentam os números na prestação de contas o saldo sempre é positivo. Se nós tivermos servidor desvalorizado, não teremos serviço público de qualidade. Precisamos ter os servidores das escolas motivados”, destacou.
O vereador Marcelo Alves lembrou que o Governo Federal liberou o valor de R$ 160 milhões dos precatórios, e para ele é preciso que os parlamentares reforcem o pedido dos professores para a Justiça Federal, para a liberação do recurso. “Na prestação de contas a arrecadação está subindo. Nós tivemos aumento de 38% na arrecadação em Marabá. Temos de dar uma priorizada, e os servidores há anos não são reconhecidos. Temos de cobrar e vamos fazer isso pela reivindicação justa dos servidores de Marabá”.
Os servidores já fizeram atos em vários lugares: na frente da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas, em frente à casa do prefeito Tião Miranda, na Secretaria Municipal de Educação, e agora na Câmara Municipal.
Após cinco dias úteis de greve e a realização de cinco atos públicos, incluindo um panelaço em frente à casa do prefeito, os servidores conseguiram, no dia 16 de agosto, uma reunião com o prefeito Tião Miranda, retomando a mesa de negociação. Todavia, consideram que suas demandas não foram aceitas ainda e mantêm a greve.
Por enquanto, conseguiram o seguinte: a Semed deve apresentar os relatórios financeiros de redução na folha da educação para equacionar a pauta do Piso;
A Semed deve apresentar uma proposta para implementação gradual da hora-atividade, no primeiro momento, sem o impacto financeiro.
A reposição das aulas paradas fica garantida conforme o percentual de 20% da carga horária, conforme o cronograma de revezamento nas escolas. O vale alimentação segue em negociação com o governo municipal.
4 comentários em “Em greve há 15 dias, educadores de Marabá pedem apoio dos vereadores”
É uma vergonha o que o Executivo faz com o servidor público, sem lhe repassar o que é de direito!
Na verdade, os servidores possuem motivação de sobra, o que falta por parte da gestão pública e estímulo, com salários melhores que desde 2022 não recebemos.
Os repasses do governo federal diminuíram consideravelmente, a crise econômica já está na porta de todos os brasileiros, mas isso já era esperado. EU AVISEI !
E o pior salario da região, estou servidor há 13 anos e lamentavelmente meus vencimentos não ultrapassam R$1.400,00, como único técnico em edificação do município com graduação em engenharia civil com pós graduação em geotécnia e asfalto, ainda assim esse governo não cede espaço para o servidor se desenvolver profissionalmente, sempre existe o contrato de um e outro, e assim o concursado esse que se vire, penso sinceramente em sair do serviço público pois atualmente mal dá para a alimentação esse vexame, que o governo Tião Miranda chama de salario.