Não é só pela quantidade de pessoas pobres que o Pará se mostra um estado empobrecido. Não somente. Os bem sucedidos paraenses, na média, também são menos ricos — ou mais pobres — que quase todos os abastados das demais Unidades da Federação. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu em um estudo recém-divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que analisa dados da declaração de imposto de renda das pessoas físicas do exercício de 2018, o mais recente disponível.
A pesquisa intitulada “Onde estão os ricos no Brasil?” revela que o Pará tem a segunda pior proporção de declarantes de imposto de renda, a segunda mais baixa renda média, a terceira pior renda média entre os declarantes, o terceiro menor patrimônio líquido médio da população e o quinto menor patrimônio líquido médio dos declarantes. A maior economia amazônica só fica atrás ou se reveza com Maranhão, Acre, Amapá ou Roraima.
De acordo com o estudo, a média de renda dos declarantes de imposto de renda no Pará é de R$ 6.617,25, só não superada pela média dos vizinhos Tocantins (R$ 6.613,60) e Maranhão (R$ 6.211,59). No Amazonas, a média supera em muito a do Pará: R$ 7.476,00. No Distrito Federal, a média de renda dos declarantes é de R$ 11.994,05. No Rio de Janeiro é de R$ 9.798,18, e em São Paulo, R$ 9.341,41.
Entre as capitais, Belém, com média de renda de R$ 9.327,73 para declarantes de imposto de renda, ocupa a 16ª colocação. Os ricos da capital paraense superam, quem diria, os ricos de Goiânia, onde a renda média dos declarantes é de R$ 9.316,69. Em quatro capitais brasileiras, a média de renda da declaração supera os R$ 12 mil: São Paulo (R$ 12.776,80), Florianópolis (R$ 12.402,59), Vitória (R$ R$ 12.266,63), Porto Alegre (R$ 12.142,94) e Rio de Janeiro (R$ 12.075,63). À exceção de Belém, todas as demais capitais da Região Norte estão nos últimos lugares do ranking. Boa Vista tem a menor renda de todas: R$ 7.604,70.
Municípios paraenses
O Blog do Zé Dudu também vasculhou a média da declaração de imposto de renda nos municípios paraenses e detectou que os medalhões do minério de ferro, Parauapebas e Canaã dos Carajás, não aparecem entre os dez principais. Esse fato já havia sido reportado pelo Blog em outros momentos, quando este canal de comunicação apresentou os montantes em conta bancária por município. Lugares que tipicamente movimentam grandes volumes de riquezas, como Parauapebas, ficam bem atrás porque os investimentos de muitos de seus moradores são feitos fora da cidade onde os cidadãos ganham dinheiro. A conclusão é de que, embora ganhe bem em Parauapebas, o parauapebense investe fora.
Na lista paraense, os cinco primeiros colocados são bastante conhecidos por serem praças financeiras prósperas, com muitos fazendeiros, pessoas realmente ricas e profissionais com altos salários. Além de Belém, estão nesse barco Tucuruí, que conta com uma nata de servidores públicos com renda alta; Redenção e Paragominas, terras de gado forte e muitos pecuaristas endinheirados; e Marabá, principal entroncamento agropecuário do sudeste do estado, onde se escondem até bilionários, além de um elevado número de funcionários públicos federais e estaduais com renda superior a R$ 10 mil. Confira a relação dos municípios com as maiores médias de declaração de imposto de renda.
1º Belém: R$ 9.327,73
2º Tucuruí: R$ 6.409,89
3º Redenção: R$ 6.154,29
4º Paragominas: R$ 6.115,95
5º Marabá: R$ 5.952,16
6º Mocajuba: R$ 5.921,32
7º Ananindeua: R$ 5.886,23
8º Santarém: R$ 5.771,95
9º Castanhal: R$ 5.752,68
10º Peixe-Boi: R$ 5.650,03
11º Parauapebas: R$ 5.581,90
12º Altamira: R$ 5.564,40
13º Ulianópolis: R$ 5.530,26
14º Capanema: R$ 5.503,56
15º Oriximiná: R$ 5.459,12