O cidadão chega à residência e após abrir a porta da casa percebe que tudo está revirado e, principalmente, que alguns objetos sumiram. Além do prejuízo material e financeiro, a vítima ao inalar o ar no interior do imóvel sente um odor fatídico de fezes humanas. Essa é a marca registrada de um ladrão ainda não identificado na cidade de Jacundá, onde dois casos já foram registrados na Delegacia de Polícia Civil.
Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, registrou Boletim de Ocorrência sobre o fato inusitado na semana passada. Ela é moradora do Bairro Amazonas e, conforme descreveu no BO, ao entrar no domicílio percebeu o sumiço de um aparelho de TV de 40 polegadas. E mais. “Havia uma catinga na sala que mal dava pra gente ficar. E quando procuramos atentamente havia um tolete no canto da sala”, detalhou a vítima.
No mesmo boletim de ocorrência, ela conta que uma vizinha também encontrou caso semelhante. Nessa situação, o ladrão fez uso de um ambiente externo do imóvel, que fica debaixo de uma caixa de água. “Ela teve vários objetos furtados e também encontrou um tolete”.
Outro caso registrado na Delegacia de Jacundá apresenta os mesmo modus operandi. Desta feita, o ladrão desconhecido resolveu defecar no piso da cozinha da vítima. Antes, ele aproveitou o que havia na geladeira da casa. Uma residência no Bairro Boa Esperança também recebeu a visita do ladrão. A vítima, identificada pelas iniciais A.N.S., contou que encontrou arrombada a porta dos fundos do imóvel. “E, no meu caso foi pior, pois o ladrão defecou em cima da cama e se limpou com o lençol”. Esse caso não foi registrado na Depol de Jacundá.
O ladrão escolhe casas construídas com madeira para atacar. “No meu caso, ele arrancou algumas tábuas da parede”, disse a vítima da primeira situação. “Ladrão Cagão”. Esse tem sido o apelido dado ao larápio do intestino solto nas redes sociais.
Marabá já teve seu “Cagadinha”
Esse caso lembra outro ocorrido na segunda metade dos anos 1980, em Marabá, conforme consta nos arquivos do antigo Jornal Correio do Tocantins – hoje Correio de Carajás. O modo de agir do ladrão, que atacava no Núcleo Cidade Nova, era o mesmo: ele entrava nas casas muito sorrateiramente, sem acordar os moradores, juntava tudo o que levaria em seguida, mas, antes de sair deixava sua “marca”, preferencialmente na mesa da cozinha ou da sala de jantar. E, em alguns casos, ainda escrevia bilhetes ao dono da casa com ironias. Foi preso diversas vezes pelo então delegado Distrital da Cidade Nova, Luís Filho, que lhe cunhou o apelido de “Cagadinha”.