Em Jacundá, prefeitura organiza megalocação de máquinas de quase R$ 9 milhões

Contratos envolvendo veículos lideram ranking de afagos do governo; o de agora, por exemplo, é 6 vezes e meia o valor desembolsado para combater pandemia de coronavírus no município.

Continua depois da publicidade

Entra ano, sai ano, e as maiores licitações em Jacundá são sempre as mesmas: combustíveis e locação de veículos e ou máquinas. A da vez é um registro de preços milionário previsto para acontecer nesta sexta (31) e que visa à locação de 24 veículos pesados e maquinários. O custo exato previsto? R$ 8.692.385,19, seis vezes e meia o desembolso feito pela administração de Jacundá no combate ao coronavírus — entre 15 de março e 20 de julho, a prefeitura local aplicou R$ 1.337.288,81. Jacundá tem cerca de 700 infectados pelo novo coronavírus e computa mais de uma dezena de óbitos até o momento.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu e estão disponíveis aqui. Segundo a Prefeitura de Jacundá, a locação dos veículos é necessária porque o município não tem dinheiro para comprar frota nova e, assim, poderá dar assistência qualificada satisfatória aos serviços públicos. A administração alega que os veículos da frota municipal estão obsoletos e vivem no prego “por não suportarem a realidade das nossas vicinais”.

O governo local alega ainda que, ao locar veículos, o contratante não se preocupa com os equipamentos, pois a empresa locadora tem total responsabilidade pelo bom funcionamento da frota. Além disso, não é necessário manter estoque de peças de reposição nem mecânicos para realizar manutenções. “O problema de manter a disponibilidade dos equipamentos passa a ser da empresa contratada. Assim, o esforço maior será exclusivamente em gerenciar o contrato de locação”, alega a prefeitura, argumentando que o aluguel é prática que visa ao aumento da produtividade e da qualidade, bem como à redução de custo.

Não por acaso, os maiores contratos firmados este ano pela Prefeitura de Jacundá envolvem veículos, seja com peças, seja com combustíveis. Um levantamento do Blog revela que, dos dez maiores contratos originais iniciados em 2020, só dois não têm veículos como objeto principal. O cuidado da prefeitura com as pessoas só vai aparecer com a compra de medicamentos no valor de R$ 1,921 milhão. Confira o ranking dos dez maiores contratos firmados pela prefeitura.

EMPRESA (OBJETO) E VALOR

1º Mega Autocenter (combustíveis): R$ 11,252 milhões

2º Posto Dallas (combustíveis): R$ 6,289 milhões

3º Man Latin America (locação de veículos): R$ 5,849 milhões

4º Eroci Autocenter (peças e serviços de veículos): R$ 5,308 milhões

5º Eroci Autocenter (peças e serviços de veículos): R$ 4,936 milhões

6º Mega Autocenter (peças e serviços de veículos): R$ 4,4 milhões

7º Posto Paraíso (combustíveis): R$ 3,509 milhões

8º Altamed Distribuidora (medicamentos): R$ 1,921 milhão

9º Posto Dallas (combustíveis): R$ 1,904 milhão

10º K S Oliveira e Pinheiro (material de expediente): R$ 1,71 milhão