Por Paulo Costa – correspondente do Blog em Marabá
Por mais de quatro horas, moradores da Invasão da Ponte – como eles mesmos denominam – fecharam a rodovia BR-222 (liga Fortaleza, capital do Ceará à cidade de Marabá), ontem, dia 1º de janeiro, entre o bairro São Félix e a ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá.
A interdição da rodovia, feita com queima de pneus e madeira, aconteceu por volta de 17h30 e foi acabar após as 22 horas, formando mais de 5 km de engarrafamento do lado do São Félix. Na fila, muitas famílias em viagem – muitas delas com crianças – e diziam não entender o que uma rodovia federal tem a ver com energia em um bairro. “Tem de protestar é na porta da Celpa ou da Prefeitura, não fechando uma rodovia por onde passam milhares de pessoas todos os dias”, protestou Antônio Carlos Bispo, que vinha de Belém e se dirigia a Redenção.
Carla Manuela Lima, uma das manifestantes, disse que a Invasão da Ponte surgiu há seis e anos e na localidade já residem mais de 400 famílias. Desde o início, começaram a conviver com “gatos” para poder ter energia em casa, mas que agora, com a grande quantidade de casas, as quedas de energia são constantes e queimam muitos aparelhos eletroeletrônicos, causando muitos prejuízos. “Já conversamos com o prefeito João Salame, vários vereadores e com a direção da Celpa. O ano de 2013 foi de promessas e agora, nós, moradores, estamos cansados de promessas e resolvemos agir do nosso jeito”, explicou Carla.
Os manifestantes exigiram a presença de representantes da Prefeitura e da Celpa, mas o prefeito João Salame pediu para que eles liberassem a rodovia que os receberia em uma audiência na manhã de hoje, quinta-feira, 2, em seu gabinete na Prefeitura, juntamente com representantes da Celpa.
Ficou definido na reunião, que a Celpa vai instalar postes e eletrificação na ocupação, mas será necessário a Prefeitura organizar as ruas, que estão intrafegáveis. Também ficou pré-agendada uma visita de engenheiros e técnicos da Secretaria de Obras na invasão para avaliar o que será necessário fazer organizar as ruas e permitir que carros da Celpa transitem por lá.
Durante o longo período de rodovia interditada, alguns condutores conseguiram furar o bloqueio através de um desvio por dentro de uma chácara da Assimar (Associação da Indústria Madeireira de Marabá), por onde tinham de pagar uma taxa de R$ 5,00.