Por Eleutério Gomes – de Marabá
A construção de um viaduto à altura do Km-722 da Estrada de Ferro Carajás, operada pela mineradora Vale, continua a gerar polêmica. O equipamento, que liga o Bairro São Félix ao Balneário Espírito Santo, foi instalado com o objetivo de minimizar os acidentes devido à travesseia de pedestres e veículos nos trilhos; e para que o deslocamento dos trens, de passageiros e minérios, não fosse interrompido.
Porém, o viaduto divide opiniões. Uns consideram que era necessário e que a providência foi muito boa, pois evita acidentes e também que as pessoas percam tempo esperando as centenas de vagões passarem. Outros têm a mesma visão, porém, são de opinião que “o serviço ficou pela metade”.
Um desses é o vereador Tiago Batista Koch (PMDB), que, da Tribuna da Câmara, protestou na última terça-feira (25) pelo fato de a Vale não ter pavimentado os acessos antes e depois do viaduto. Ouvido pelo blog após a sessão, ele disse que a Vale “poderia ter a sensibilidade de asfaltar esses 2,5 km. E não retirar do convênio que há, naquela região do São Félix, os 2,5 km de asfalto de dentro do bairro para fazer aquele acesso”.
“Eu acho de extrema importância a Câmara debater esse assunto e aprovar um ofício, encaminhando à Vale e exigindo que eles façam o acesso até o viaduto. Eles deveriam ser obrigados a asfaltar dali até o Espírito Santo”, salientou. Tiago lembrou que, recentemente, durante uma reunião na Câmara, com representantes da Vale, o assunto foi levado ao conhecimento deles, mas a resposta foi o silêncio. “Eu cobrei o vereador Alécio Stringari (PSB) cobrou e não tivemos nenhum retorno positivo sequer”, desabafou Tiago Koch.
Vale
Em nota enviada ao blog a Vale respondeu:
“Entre dezembro de 2016 e março deste ano, a Vale entregou dois novos viadutos rodoviários em Marabá, ampliando, assim, a travessia segura na ferrovia. Os viadutos (do km 730 e km 722 da Estrada de Ferro Carajás) são projetados dentro dos parâmetros de acessibilidade e com espaços específicos para a circulação segura de pedestres e condutores.
Com os novos viadutos, as comunidades vizinhas e a população em geral não precisarão mais esperar o trem para cruzar a ferrovia com segurança. É importante esclarecer que os viadutos não fazem parte do escopo de urbanização de Marabá e a localização dos mesmos foi definida a partir de interlocuções com a comunidade e considerou, também, o ponto da ferrovia com maior fluxo de pedestres e veículos.
O viaduto rodoviário do km 722, da Estrada de Ferro Carajás, em São Félix, foi liberado ao trânsito no final de março, após concluído e atendendo a todos os requisitos de segurança necessários. Da mesma forma, o viaduto do km 730, que atende as comunidades do Araguaia, Alzira Mutran e Km 7 estão liberados ao trânsito desde dezembro do ano passado.
A Vale informa que, conforme abordado em reuniões com a comunidade, já realizou uma recuperação do acesso ao viaduto do km 722, no bairro São Félix, e também apoiará a prefeitura municipal na recuperação do acesso da Vila do Espírito Santo. Nova recuperação nos acessos será feita logo após o período chuvoso.”
Lixo
O vereador Tiago Koch também se manifestou a respeito do recolhimento do lixo na zona rural, que até hoje não existe. “Todas as vilas estão sem coleta. Então, eu peço uma atenção maior porque as pessoas que estão lá podem até adoecer em razão da proliferação do mosquito da dengue e outras doenças que ele transmite como a Chikungunya, por exemplo”, disse o vereador. Na falta de coleta, segundo Koch, algumas pessoas queimam o lixo, mas a grande maioria joga ao ar livre, formando monturos que atraem ratos, baratas e moscas, todos nocivos à saúde humana.
Prefeitura
Ouvido pelo blog, o secretário de Urbanismo de Marabá, Múcio Andalécio, disse que está providenciando um projeto, junto com os vereadores representantes da Zona Rural para instalar uma central de coleta de lixo a fim de abranger todas as vilas. “Vamos fazer um mini aterro sanitário em determinado local e partir para a coleta. Estamos só aguardando o aval do prefeito, que está viajando, e a diminuição das chuvas, pois estamos atravessando um inverno rigoroso e com muitos problemas”, explicou Múcio, pedindo um pouco de paciência aos moradores do campo. Ele espera que já em maio a coleta de lixo volte a acontecer nas vilas.