Autoridades municipais do Pará estão assombradas com o aumento desenfreado de casos de infecção pelo coronavírus no país e correm para fazer compra de oxigênio medicinal, temendo desabastecimento e para não repetirem o filme triste vivido por Manaus, capital do Amazonas, no início deste ano. O Blog do Zé Dudu fez um levantamento nesta sexta-feira (19) e verificou que diversas prefeituras paraenses já programaram compras que totalizam aproximadamente R$ 40 milhões desse insumo.
Vale lembrar que a Covid-19, em sua forma mais grave, provoca a síndrome respiratória aguda. O paciente passa a ter dificuldade de realizar suas trocas gasosas no tecido pulmonar. A partir disso, é recomendado que inicie a oxigenoterapia. No tecido pulmonar, é realizada a hematose, que é a troca de oxigênio pelo gás carbônico. Quando o paciente está com a síndrome respiratória aguda grave, o tecido fica muito inflamado, e o doente, então, passa a necessitar de oxigenação suplementar, já que não consegue mais respirar de forma adequada com o gás disponível em ambiente.
Nesse momento do processo suplementar, o oxigênio medicinal é inserido via cateter nasal ou até mesmo pela intubação, sendo fornecido em litros por minuto. O produto fica armazenado em cilindros, que devem ser preenchidos por profissionais autorizados. As versões menores e maiores dos tanques de oxigênio podem ser reabastecidas.
Compras milionárias
As prefeituras paraenses já pactuaram pelo menos 31 compras — devidamente informadas ao Tribunal de Contas dos Municípios — de oxigênio medicinal este ano e outras 24 intenções de aquisição estão publicadas. As prefeituras de Altamira (R$ 1,643 milhão), Placas (R$ 1,641 milhão) e Oriximiná (R$ 1,503 milhão) são as que providenciaram os maiores investimentos concretos até o momento este ano.
A Prefeitura de Itaituba, por seu turno, lançou o maior edital de compras (R$ 13,585 milhões), mas, olhando a fundo, o pacote contempla diversos outros tipos de gases de interesse local, e não apenas o oxigênio medicinal. Já os governos de Monte Alegre (R$ 1,364 milhão), Rio Maria (R$ 1,288 milhão), Canaã dos Carajás (R$ 1,252 milhão) e Santana do Araguaia (R$ 1,004 milhão) têm previstos valores que passam de milhão para aquisição desse produto essencial em tempos de pandemia.
Há municípios que estão indo às compras mais de uma vez, dadas a urgência e a demanda do insumo, como é o caso de Monte Alegre e Rio Maria. Porém, também não se nota a presença de medalhões como Belém, Parauapebas, Marabá e Ananindeua, alguns dos mais ricos e populosos municípios do estado, bem como os que possuem as redes de saúde mais bem estruturadas para enfrentamento à pandemia.
O Blog preparou um listão com as compras, feitas e por fazer, dos municípios no tocante ao oxigênio medicinal este ano. Vale lembrar que os valores informados não são, em muitos casos, exclusivos para compra do oxigênio, uma vez que esse item pode estar misturado com outros no pacote de licitação fechado pela prefeitura.
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