Em protesto contra ataques do MST, fazendeiros fecham a PA-275

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Por Fábio Relvas – correspondente do Blog

Um grupo de fazendeiros interditou na manhã desta terça-feira (10) a rodovia PA-275, que liga os municípios de Curionópolis e Parauapebas, no sudeste do Pará. O motivo da interdição foi pelos constantes prejuízos que um grupo do Movimento Sem Terra (MST) está causando aos proprietários da área denominada “Fazendinha”, localizada no quilômetro 23 da estrada.

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Segundo os manifestantes, integrantes do Sem Terras acampados no Acampamento Frei Henri, estão querendo tomar o espaço dos fazendeiros, roubando e matando gado, cortando cercas, furtando estacas, arames, além de atirar contra os vaqueiros quando tentam se aproximar do local. “A interdição é pelo seguinte: nós estamos sendo humilhados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e as autoridades. Os sem terra já tentaram tomar a Fazendinha aqui, e a lei não dá direito a eles”, afirmou Sidney Rubens Oliveira Barreto, conhecido como Dão, um dos proprietários da Fazendinha e antigo pecuarista local.

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Com a chegada da Unidade Integrada da Policia, os fazendeiros liberaram a estrada por volta das 11h. O Delegado Alexandre Silva, do Departamento de Conflitos Agrários – Deca -, de Marabá, conversou com os dois lados e acertou uma reunião com o Incra. “Foi acertada uma audiência no Incra na próxima quinta-feira, com os representantes da fazendo e com o pessoal do movimento, no sentido de entrar em um acordo para que seja possível manter as atividades, tanto no acampamento, quanto na fazenda, com a manifestação final da justiça”, disse Alexandre.

CoflitonoPara_20150310_AntonioCicero_0954Durante o protesto, cerca de 4 quilômetros de congestionamento foi verificado na PA-275. Com a liberação, o trânsito permaneceu lento durante toda a tarde.

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Os fazendeiros afirmam que já foi feito um relatório pelo Incra com as duas partes, mas o MST descumpriu e continua fazendo arruaças pela área. “Eles estão roubando as estacas, roubando o arame. Nós resolvemos colocar arame farpado aqui e eles cortam. Nós resolvemos fazer este manifesto e fechamos a estrada para ver se as autoridades tomam providência”, afirmou Dão.

Em conversa com o delegado da Deca, o MST do Acampamento Frei Henri se defende dizendo que matam gado em retaliação a invasão da área que seria destinada à eles pela justiça desde de 2010. Ainda segundo o MST, os ataques ao acampamento são constantes para expulsar as famílias da área, com uso de bombas, pistoleiros e luzes sobre as barracas durante a noite toda. “São os mesmos fazendeiros que em grande medida ocupam uma longa extensão de terras griladas próximo ao acampamento, por isso não aceitam as famílias na vizinhança”, declarou Tião Moura, da Coordenação Nacional do MST.

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Segundo os fazendeiros, se nada acontecer após a audiência com o Incra, a promessa será de fechar mais uma vez a PA-275, ou partir para o pior, fazer a justiça com as próprias mãos. “Já estamos esperando há quatro anos pela justiça e nada se resolve. Estou disposto a matar ou morrer. Já estou com 70 anos e estou sendo humilhado por bandidos”, desabafou Sidney Barreto, o Dão.

O repórter fotográfico Antônio Cícero e um funcionário da Fazendinha conhecido como Bezerrão tentaram registrar imagens do gado morto pelo MST, mas foram recebidos a tiros pelos acampados.

Nota do MST
Em nota encaminhada ao Blog hoje pela manhã, o MST afirma que “o acampamento Frei Henri sofre nesse momento mais um ataque dos fazendeiros que grilaram a área. O trecho da estrada que liga Curionópolis a Parauapebas, onde estão acampadas as famílias, foi interditada pelos latifundiários que disparam tiros a todo instante contra os barracos.

Os ataques vêm sendo corriqueiros desde agosto de 2010, quando as famílias ocuparam a Fazenda Fazendinha em Curionópolis. Bombas, pistoleiros e luzes sobre o acampamento durante a noite tem sido utilizado pelos fazendeiros nas diversas tentativas de expulsar as famílias.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), de Marabá vistoriou a área no final de 2010 e concluiu no laudo que a área era grila e improdutiva. Com ganho por parte das famílias nos primeiros processos judiciais, os fazendeiros se revoltaram e passaram a barbarizar o local.

Os fazendeiros têm acusado as famílias de roubarem gado e romperem a cerca da propriedade, por isso os ataques contra os acampados. No entanto, a história de violência desses fazendeiros é conhecida na região.

Dão Baiano,que se diz dono da fazenda, Donizete Matador, Marcelo Catalão, Rafael Saldanha, Carlinhos da Casa Goiás, entre outros sãos os fazendeiros que articulam os assassinatos de trabalhadores rurais sem terra no sudeste paraense. Foi assim com Fusquinha e Doutor, assassinados em Março de 1998 por esse grupo.

“São os mesmos, que em grande medida ocupam uma longa extensão de terras griladas próximo ao acampamento, por isso não aceitam as famílias na vizinhança”, diz Tito Moura da coordenação Nacional do MST.

Longínquas extensões de terras que nada produzem, a não ser gado. Já o pequeno e valente acampamento Frei Henri já é o principal responsável pelo abastecimento de produtos orgânicos para os mercados e feiras de Parauapebas e Curionópolis.

“Não precisamos roubar gado, mandamos para cidade mais de mil maços de cheiro verde por dia, fora hortaliças, que os caminhões dos mercados vem buscar direto com a gente, se hoje existe alimento de qualidade na região, somos nós que fornecemos e, portanto não precisamos roubar para comer”, argumento seu Neguinho, um dos acampados.

As famílias esperam que a Delegacia de Conflito Agrário na região, tome as medidas mais rápidas possíveis contra o ataque dessa manhã”.

Fotos: Antônio Cícero

2 comentários em “Em protesto contra ataques do MST, fazendeiros fecham a PA-275

  1. Lucas Responder

    Bando de vagabundos e bandidos sustentados pelo governo ! A reforma agrária é necessária, mas não uma “máfia de compra e venda de lotes”. A maioria que ai estão acampado já foram beneficiado com terras e venderem. Fora PT ! Fora Dilma ! Dia 15 todos nas ruas contra essa quadrilha !

  2. Molotov Responder

    agora vão dizer que é a elite branca buscando seus direitos, o país tá de ponta cabeça,o rabo tá abanando o cachorro.
    olha, o Brasil tá mergulhado em uma crise como nunca vimos antes nesse país,o PT começa a colher frutos do que plantou,discórdia,as instituições estão em rota de colisão,nossa comandante,atônita assiste tudo com uma retórica que se esgotou,não dá mais,o que fazer?tirar a Dilma?não creio que esse seja o melhor caminho,o Pt é refém do grupo que desde sempre manda no Brasil,pior!!!hoje é impossível distinguir em qual sigla partidária se escondem os maiores corruptos da nação.

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