Brasília – Na segunda rodada de anúncios do primeiro escalão de seu futuro e terceiro governo a frente do Brasil, o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (22). Há algumas surpresas nos 16 novos nomes que tomarão posse no governo no mesmo dia do mandatário, a partir de 1.º de janeiro de 2023. São eles:
• Alexandre Padilha (PT), ministro da Secretaria de Relações Institucionais;
• Márcio Macedo (PT), ministro da Secretaria-Geral da Presidência;
• Jorge Messias, na Advocacia-Geral da União (AGU);
• Nísia Trindade, no Ministério da Saúde;
• Camilo Santana (PT), no Ministério da Educação;
• Esther Dweck, no Ministério de Gestão;
• Márcio França (PSB), no Ministério dos Portos e Aeroportos;
• Luciana Santos (PCdoB), no Ministério de Ciência e Tecnologia;
• Aparecida Gonçalves, no Ministério das Mulheres;
• Wellington Dias (PT), no Ministério do Desenvolvimento Social;
• Margareth Menezes, no Ministério da Cultura;
• Luiz Marinho (PT), no Ministério do Trabalho;
• Anielle Franco, no Ministério da Igualdade Racial;
• Silvio Almeida, no Ministério dos Direitos Humanos;
• Vinícius Marques de Carvalho, na Controladoria-Geral da União (CGU);
• Geraldo Alckmin (PSB), no Ministério da Indústria e Comércio, acumulando com o cargo de vice-presidente.
O anúncio dos novos ministros foi feito em um pronunciamento na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, pouco depois da apresentação do relatório final dos 32 grupos de trabalho do gabinete de transição. Os novos nomes contemplam principalmente aliados de partidos de esquerda que o ajudaram a se eleger, além de petistas e alguns nomes técnicos e acadêmicos.
Mas a nova lista de ministros ainda não inclui nomes de partidos do Centrão que estão negociando a adesão ao governo de Lula. Há ainda mais 16 ministros para serem anunciados; e isso pode ocorrer na próxima segunda-feira (26). E essas pastas devem contemplar mais aliados. Há a expectativa de que haja a indicação de ministros do Centrão — os partidos desse bloco foram decisivos para a aprovação da PEC da Gastança, proposta por Lula e promulgada na noite de quarta-feira (21), após semanas de intensas negociações com a cúpula do Congresso Nacional, no estilo “Lula Return Again”.
Além disso, há a especulação de que a próxima leva de ministérios tenha nomes como os de Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede), que apoiaram Lula na eleição e que pleiteavam pastas estratégias no novo governo.
Marina é cotada para assumir o Meio Ambiente, enquanto Tebet ainda é dúvida, pois queria a pasta do Desenvolvimento Social por causa das políticas sociais, com mais visibilidade política. No entanto, a pasta é considerada estratégica para o PT, por cuidar do Bolsa Família, e acabou nas mãos de Wellington Dias, e a tendência é que haja uma inversão, uma vez que na manhã desta quinta-feira (22), Simone Tebet, que até já fez seu último discurso como senadora e tecnicamente está desempregada, disse aos jornalistas que aceitaria a pasta do Meio Ambiente, sem combinar com os russos — no caso — dois russos: Lula e a favorita Marina Silva.
Parte dos nomes anunciados por Lula já era conhecida
Alguns dos nomes confirmados nesta quinta (22) já haviam sido divulgados recentemente pela equipe de transição e são figurinhas carimbadas do lulopetismo, mas ainda não tinham sido oficializados. Um deles, era o senador eleito Camilo Santana (PT-CE), que protagonizou uma disputa acirrada pela pasta da Educação com a atual governadora do Ceará, Izolda Cela que deve ser sua Secretária Executiva — número dois da pasta, mas a informação ainda não confirmada se a governadora aceitou. Ela é considerada tecnicamente preparada em comparação com Santana — que tem a vantagem de ser um “companheiro” petista, enquanto Izolda Cela era do PDT, antes de rachar, nesse ano, com Ciro Gomes.
Outro nome que já se sabia que estaria na Esplanada era a cantora Margareth Menezes, que participou de uma reunião com Lula no último dia 13 no CCBB para assumir o recriado Ministério da Cultura, desmembrado da pasta da Educação.
Primeira rodada
Além dos nomes anunciados nesta quinta (22), o novo governo já havia confirmados outros cinco nomes: Fernando Haddad (PT), no Ministério da Fazenda; José Múcio, no Ministério da Defesa; Flávio Dino (PSB), no Ministério da Justiça; Rui Costa (PT), na Casa Civil; e Mauro Vieira, no Ministério das Relações Exteriores.
Outro nome importante já anunciado, mas não com o status de ministro, foi o de Aloísio Mercadante (PT) para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o relatório final da equipe de transição, ainda faltam ser indicados os ministros do Planejamento; Gabinete de Segurança Institucional; Comunicação Social; Povos Indígenas; Previdência Social; Esporte; Cidades; Integração e Desenvolvimento Regional; Meio Ambiente; Transportes; Minas e Energia; Comunicações; Turismo; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Pesca e Aquicultura.
Esplanada de Lula será inchada e semelhante ao governo de Dilma
Ao longo da semana, as reportagens produzidas pelo correspondente do Blog do Zé Dudu registra que em nenhum momento o governo eleito apresentou qualquer proposta de redução de despesas. “Ao praticamente dobrar o número de Ministérios e Secretaria Especiais, Lula está cavando um poço sem fundo. São mais prédio que devem ser alugados, mais carros alugados, mais pessoal, mais tudo… Será que isso fará algum milagre e vai colocar o país no rol do primeiro mundo”, comentou um deputado oposicionista, destacando que só se aumenta despesa se já tiver o dinheiro para gastar ou se emitir títulos da dívida pública ou ainda aumentar os impostos, o que gera inflação e sobe os juros”.
Os nomes anunciados no começo do mês e nesta quinta confirmam o aumento no número de ministérios na Esplanada dito no último final de semana pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), de que o novo governo Lula terá 37 pastas. O número será semelhante ao do primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT), quando a Esplanada contava com 39 ministérios. O novo número de ministérios, na comparação com o do governo de Jair Bolsonaro (PL), que conta com 23 pastas, representa um “inchaço” da administração federal.
A explicação para o aumento do número de ministérios, segundo Lula, é por causa do desmembramento de algumas pastas e a elevação de algumas secretarias para o status ministerial. Um deles, o atual Ministério da Economia, por exemplo, vai ser desmembrado nas pastas da Fazenda, do Planejamento, de Gestão e Desenvolvimento e da Indústria e Comércio.
“A Economia se desmembra no Ministério de Planejamento para que o país, seguindo o exemplo de outras nações do mundo, possa efetivamente realizar o planejamento de longo prazo, com projetos estruturantes, cuidando da economia, cuidando da infraestrutura. Ou seja, projetar o Brasil para os próximos anos”, disse na ocasião, o que confirma que na verdade o PT não tinha plano nenhum, só o plano de retomar o poder.
Mais detalhes sobre os ministros na Coluna Direto de Brasília, edição da sexta-feira (23/12).
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
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