Amanhã, 1º de Maio, é comemorado o Dia do Trabalhador. Mas o que se tem mesmo a celebrar no Brasil? O Blog do Zé Dudu acessou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PnadC-M), que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acabou de liberar na manhã desta terça-feira (30), e concluiu: o desemprego avançou 1,1% em relação ao trimestre anterior e o país já tem 13,39 milhões de desocupados — sendo que o número real de desempregados pode ser muito maior, uma vez que nem todo mundo que está ocupado está formalmente empregado.
A pesquisa, no entanto, não traz dados regionais nem recortes para as Unidades da Federação. Números regionalizados só devem ser conhecidos no final de maio, por meio da PnadC-T (trimestral). Ainda assim, o número de paraenses desempregados oficialmente, nas contas do IBGE, é de 391 mil, exército capaz de entupir de pessoas sem qualquer ocupação uma cidade do tamanho de Marabá e outra do tamanho de Parauapebas de uma só vez.
Segundo o IBGE, em 2018, o número de desocupados no país até tinha caído consideravelmente, passando de 13,63 milhões de trabalhadores no início do ano para 12,15 milhões no final, redução bastante expressiva de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Contudo, entre o trimestre encerrado em dezembro do ano passado e o encerrado em março deste ano, o Brasil colheu uma “safra” de 1,2 milhão de desempregados, praticamente sepultando os ganhos anteriores.
Nesse ritmo, o Blog calcula que o desemprego no Pará também vá subir no anúncio regional que o IBGE fará em maio, de maneira que poderá tocar 425 mil pessoas. Na prática, em três meses, o estado poderá, em vez de ter gerado empregos, ter ganhado mais de 30 mil novos desempregados. E se depender de outra fonte estatística para cômputo de emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, apenas nos três primeiros meses deste ano o Pará acumula 6.325 baixas no mercado de trabalho, como saldo entre contratações e demissões. Como as medidas entre Caged e Pnad são diferentes, esses 6 mil do Ministério da Economia (que só calcula vínculos) podem, facilmente, se tornar 30 mil nas mãos do IBGE (que calcula pessoas, de fato, de forma amostral, casa em casa).
No Brasil ou no Pará, se depender dos números, nada animadores, não há muito a celebrar daqui a pouco.