Ao longo de 2011, mais de mil agricultores familiares do Pará foram iniciados ou aprofundaram seus conhecimentos em plantas medicinais por meio de oficinas, cursos, palestras, distribuição de mudas, implantação de hortos e acompanhamento de unidades experimentais realizados pela Coordenadoria de Operações (Coper) da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
Um curso profissionalizante em Parauapebas, no sudeste do estado, por exemplo, qualificou, em julho, 30 agentes da Pastoral da Saúde. Já em Mocajuba, no nordeste do Pará, no início de dezembro 30 famílias aprenderam e receberam ervas. Em Abaetetuba, também no nordeste, uma unidade demonstrativa de plantas medicinais está em fase de implantação.
“É, antes de tudo, um movimento de resgate cultural”, comemora o engenheiro agrônomo Eduardo Benício Gomes, responsável pelo Projeto e especialista em Cultivo, Manejo, Produção e Comercialização de Plantas Aromáticas e Condimentares pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). De acordo com ele, “a Amazônia possui o maior ecossistema de florestais tropicais e a maior reserva de plantas medicinais do mundo, com o Pará ostentando 540 espécies já identificadas, com valor farmacológico e econômico”.
Para Gomes, ainda, preparar as comunidades rurais para usar em benefício próprio e também comercializar plantas medicinais confere segurança quanto às indicações e doses e oferece mais uma alternativa de atenção à saúde, além de contribuir para a preservação das espécies. “A ideia não é de automedicação, mas de valorização do conhecimento popular e adequação dessa história viva a procedimentos que evitem efeitos colaterais perigosos”, explica.
Texto: Aline Miranda – Emater