Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T), divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda hoje soam como barulho perverso para os tímpanos de diversas localidades que tiveram informações divulgadas. Como a pesquisa não é censitária, tendo caráter apenas amostral, a área de abrangência se limita a estados, regiões metropolitanas e municípios das capitais. E é aí que a divulgação ganha tom, haja vista ser 2020 ano eleitoral, em que as capitais vão trocar de prefeito — ou não.
Em vários estados, a PnadC-T está sendo utilizada para detonar prefeitos, ao reportar ou taxa de desocupação ou número absoluto de desempregados, o que mais couber para “queimar” a imagem. No Pará, se o prefeito atual, Zenaldo Coutinho, saísse do cargo hoje, ele entregaria Belém como uma das capitais que menos cresceram em termos de geração de receitas no Brasil e com 91 mil desempregados, o suficiente para lotar uma cidade do tamanho de Paragominas apenas com quem não consegue emprego de jeito algum.
A capital paraense encerrou 2018 com taxa de desocupação de 12,2%, a 15ª maior entre as capitais. Mas ela é infeliz mesmo em números absolutos de desempregados. Os seus 91 mil trabalhadores que não encontram luz no fim do túnel do cada vez mais competitivo mercado formam o 9º maior exército de ociosos da nação. Belém consegue ter mais desempregados que capitais de seu tamanho, como Goiânia-GO (47 mil) e Porto Alegre-RS (71 mil), ou que capitais muito maiores, como Curitiba-PR (85 mil).
Além dos 91 mil desempregados, 77 mil belenenses sobrevivem de fazer “bicos”. São subocupados porque não encontram emprego formal e trabalham menos até do que gostariam para receber um salário digno. São, então, 168 mil cidadãos em Belém desprovidos de ocupação com vínculo empregatício, quase o mesmo tanto de moradores da cidade de Castanhal.
Receita vencida
Se vai muito “bem” em números graúdos de desemprego e informalidade, a capital do Pará se arrasta, por outro lado, quando o assunto é arrecadação. O Blog do Zé Dudu compilou resultados fiscais de 2018 entregues à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) até o momento por 3.200 prefeituras brasileiras e localizou Belém agonizando na 18ª colocação — quando deveria estar sete posições acima, já que tem a 11ª maior população do país, segundo o IBGE.
A capital paraense, que encerrou o ano passado tendo arrecadado R$ 2,61 bilhões em receita líquida, foi superada, entre outros municípios, pelo paulista São Bernardo do Campo (R$ 3,31 bilhões) e pela capital sul-mato-grossense Campo Grande (R$ 3,17 bilhões). Também foi deixada para trás por Niterói-RJ (R$ 3,14 bilhões), Barureri-SP (R$ 2,7 bilhões) e até pela capital maranhense São Luís (R$ 2,64 bilhões), que é muito menor e sem o mesmo dinamismo comercial da paraense.
Na fila para empurrar Belém pela ladeira do ostracismo estão a capital piauiense Teresina (R$ 2,53 bilhões) e um pelotão de municípios paulistas riquíssimos e muito desenvolvidos, como Sorocaba (R$ 2,44 bilhões), Santo André (R$ 2,32 bilhões), Ribeirão Preto (R$ 2,31 bilhões), Santos (R$ 2,3 bilhões) e São José dos Campos (R$ 2,28 bilhões).
Desalento social
O desemprego e a paralela perda de receitas são sequelas gravíssimas de uma capital que está perdida e estagnada há décadas em áreas basilares para o desenvolvimento social, como educação, saúde, segurança, saneamento básico. Sem esses pilares erguidos de maneira sustentável, não há como atrair bons negócios e, bem assim, gerar emprego e renda com soberania. À ausência de tudo isso, prosperam a informalidade e a precarização das condições de trabalho, ainda assim deixando milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social.
A Belém, que já chegou a ser uma das três cidades mais ricas e desenvolvidas do país, nos tempos áureos da borracha, parou no tempo e reflete o “desenvolvimento” ofertado gratuitamente pelo Pará. O empobrecimento social e financeiro da capital do estado, diante do progresso e do enriquecimento mais veloz de lugares outrora motivos de vergonha, deve ser condensado em números, dados e fatos nos resultados do Censo 2020, que está sendo preparado pelo IBGE e, aliás, tem Belém como cidade piloto.
Com Zenaldo longe do governo, os mísseis lançados pelos estratos do recenseamento devem cair no colo do próximo prefeito, que corre o risco de ver a charmosa Belém com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais, consagrando seu status de “a abandonada”.
1 comentário em “Empobrecida, Belém é 9ª capital com maior exército de desempregados do país”
BOM DIA PESSOAL… T R A B A L H A R COM POLITICAS PUBLICAS DE GERAÇÃO DE EMPREGO RENDA, E EMPREENDEDORISMO, E MUITO FORTE PARA MUDAR A REALIDADE DO PARÁ E DO BRASIL EM GERAL…
O resultado de descaso dos governos e políticos e politicas publicas incompetentes e devido a corrupção e outros fatores… Estive em Belém-PA no mês passado e vi uma cidade abandonada e muito suja e um aspecto de total abandono nas ruas e a população refém deste estado inoperante e incompetente economicamente e em todas as áreas… Governador e políticos em geral a missão é virar o jogo, e mostrar para o teu povo que é possível e com politicas de geração de emprego e renda…Temos que lutar não só por Belém do Pará, mas por todos os municípios paraenses… Governador SINOP Mato Grosso cresce 11% ao ano e não falta emprego e renda para sua população… Vamos lá visitar los e perguntar qual a receita e vamos aplicar no Pará e no Brasil… A pergunta é: O QUE ESTÃO FAZENDO COM O NOSSO PAÍS?… RICO E MILIONÁRIO EM TODAS ÁREAS.. MAS COM UMA POPULAÇÃO POBRE E DECADENTE… MUDA BRASIL DE VERDADE… E AS AUTORIDADES COMPETENTES SÃO AS RESPONSÁVEIS PELO QUE OCORRE… SIMPLES, ASSIM, BLZ… ABRAÇO…!!! AVANTE E VAMOS MUDAR ESTE JOGO A NOSSO FAVOR… URGENTE…. POLÍTICOS E AUTORIDADES COMPETENTES E EMPRESÁRIOS EM GERAL ARREGACEM AS MANGAS E TRABALHE PELO NOSSO ESTADO E PAIS…