Enfermeira paraense é homenageada em 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem

Ao longo de trajetória profissional, Danielle Cruz Rocha consolidou-se na gestão pública e lutou pelos direitos da categoria
A paraense Danielle Cruz Rocha foi presidente do Coren-PA durante a pandemia da covid-10

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Marcando a programação do 26º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem deste ano, em Pernambuco, o Prêmio Anna Nery foi concedido à enfermeira Danielle Cruz Rocha, especialista em Enfermagem Oncológica e pós-graduada em Gestão em Saúde Pública. A profissional, que foi presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-Pa) entre os anos de 2018 e 2024, possui uma história de amor à enfermagem e ao atendimento humanizado. 

Graduada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) em 2007, Danielle possui mestrado profissional em Economia – Gestão de Finanças Públicas pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou como gestora do Coren-Pa em um período de muitos desafios para a saúde global: a pandemia da covid-19. No decorrer de sua carreira, Cruz sempre buscou compreender a enfermagem de forma profunda, integrada e interdisciplinar, principalmente no contexto da região amazônica, com suas especificidades e diversidade de populações. 

“Sinto uma mistura de gratidão e emoção, como se todas as noites em claro e os desafios enfrentados ao longo da minha jornada estivessem sendo reconhecidos. É uma honra saber que o trabalho que realizei até aqui pode inspirar outras pessoas. Isso me fez sentir ainda mais motivada a continuar contribuindo para a enfermagem e para a saúde,” afirma a homenageada. “Quero me dedicar ainda mais à formação de novos profissionais e à melhoria contínua na assistência à saúde. Meu sonho é contribuir para que a enfermagem seja cada vez mais reconhecida e valorizada como um pilar fundamental da saúde”.

Em sua trajetória, Danielle Cruz Rocha destaca a luta incansável em defesa da categoria, além das formações que permitiram seu crescimento profissional. Segundo ela, a enfermagem, apesar de sua grande importância e necessidade para a sociedade, continua sendo desvalorizada. Um exemplo claro disso é a luta da classe pelo piso salarial em vários estados do Brasil e a grande exposição dos profissionais a situações de risco por meio da contaminação de doenças, ou do baixo investimento nos locais de trabalho. E o cenário é ainda mais desafiador na Região Norte. 

“Ser mulher amazônida, paraense e nortista torna esse prêmio ainda mais especial. Sinto que estou representando tantas outras mulheres que lutam diariamente, que sonham e que também buscam seu espaço. Essa conquista é um símbolo de força e determinação, e espero que inspire outras mulheres a acreditarem em si mesmas e a perseguirem seus objetivos, não importa os desafios que possam encontrar,” conclui. 

Sobre o Prêmio Anna Nery

Considerado honraria máxima da enfermagem brasileira, o Prêmio Anna Nery existe desde 2012 para homenagear e reconhecer o trabalho e contribuição de profissionais da enfermagem em todo o país, seja na gestão, ensino, pesquisa ou assistência. O prêmio leva o nome da primeira enfermeira do Brasil, Anna Justina Ferreira Nery, conhecida como “patrona” da área. Durante sua vida, Nery dedicou-se aos cuidados de feridos em hospitais militares e inspira enfermeiros e enfermeiras até os dias de hoje.