Por Eleutério Gomes – de Marabá
Preocupados com o número crescente de adolescentes e jovens que estão morrendo em Marabá, devido envolvimento com a criminalidade, vários setores da sociedade civil organizada estão se mobilizando para o enfrentamento desse grave problema. Essa mortandade prematura, nos últimos anos vem colocando o município no topo de indicadores negativos, nada atrativos para a cidade e de sofrimento para as famílias. Defensoria Pública do Estado e Câmara Municipal deram os primeiros passos na última semana, quando a vereadora Irismar Melo (PR) apresentou dois projetos de lei cujo objetivo é a ressocialização e a reintegração, à sociedade, de jovens em estado de vulnerabilidade social, conforme publicado neste Blog.
Já na última sexta-feira (1º), um grande encontro na Acim (Associação Comercial e Industrial de Marabá) também debateu o problema. Participaram pedagogos da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), Seasp (Secretaria Municipal de Assistência Social), Câmara Municipal, Defensoria Pública, Naeca (Núcleo de Atendimento Especializado da Criança e do Adolescente) e Sicom (Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Mineração, Ciência e Tecnologia).
Da reunião saíram vários encaminhamentos e à Acim coube sensibilizar os empresários associados a acolherem esses jovens que já cumpriram ou ainda cumprem medidas socioeducativas, aqueles que cumpriram pena no Sistema Penal ou que ainda cumprem, mas no regime semiaberto.
No momento 23 jovens nessas condições estão enquadrados numa dessas situações, mas mostram vontade de não retornar à vida de crimes. “Eles terão acompanhamento de psicólogo e assistente
social e também, aqueles que tiveram uma profissão, terão a chance de aprender sobre empreendedorismo, para que, em vez de empregados, quem sabe trabalhem como autônomos”, afirma Eugênio Alegretti, vice-presidente da Acim, acrescentando que todos terão o perfil avaliado e também receberão capacitação antes de ingressarem no mercado de trabalho.
“É uma forma de todos, unidos, reintegrarmos esses jovens à sociedade, evitando que voltem a cair nas garras do crime, assim como estimularmos outras empresas a acolherem mais menores e jovens nessa situação, minimizando assim a violência contra essa parcela da população”, afirma Alegretti.