Entrevista: Agnaldo Ávila de Brito (DEM)

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“A saída que hoje vejo em Parauapebas é que é preciso fazer um choque de gestão. Não se faz omelete sem se quebrar ovos. Para se fazer alguma coisa, você tem que quebrar paradigmas e até alguns interesses”. A declaração foi feita pelo empresário Agnaldo Ávila de Brito, proprietário da Nazaré Concreto e pré-candidato a prefeito de Parauapebas pelo Democratas, ressaltando que faltou planejamento na cidade por parte dos administradores. “Planejamento previsível”, disse ele.

Em entrevista exclusiva, Agnaldo Ávila de Brito, esse capixaba de Montanha, 49 anos, fala sobre política, economia, critica a atuação dos vanzeiros, deixando claro que não é contra a categoria, e afirma que o Democratas está conversando com outros partidos e em junho decidirá se sua candidatura será viável ou não.

A família de Ávila chegou a Imperatriz (MA) em 1970 e em 1980 veio ele veio para a região de Marabá (PA), já como sargento do Exército. Em 1989 ele deixou o Exército e mudou-se para Parauapebas para mexer com cartório juntamente com a mulher, Elvina Santis. Deixou o cartório alguns anos depois porque a família não quis participar de concurso público, conforme previa a nova lei dos cartórios. Aí entrou de vez na política. Foi secretário de Meio Ambiente na gestão de Bel Mesquita (PMDB) e depois vereador pelo PMDB na primeira gestão do prefeito Darci Lermen, chegando à presidência da Câmara. Na última eleição, ficou como suplente de vereador, mas não deve assumir mesmo que surja uma vaga, porque filiou-se ao Democratas.

Em 2009 ele abriu a Nazaré Concreto em Parauapebas e hoje emprega cerca de 100 pessoas, incluindo a loja de Marabá, que leva o mesmo nome.

Pai de cinco filhos, torcedor do Fluminense, o simpático Ávila concedeu entrevista exclusiva ao blog, e revela que desde o surgimento da cidade que um estudo da Vale previa tudo isso que está acontecendo hoje na cidade, mas lamenta que os administradores não acreditaram na palavra chave: planejamento.

Como o senhor vê hoje a política em Parauapebas?
A política hoje em Parauapebas eu vejo da seguinte forma. A cidade tem um crescimento desordenado, mas previsível. Isso eu sempre falo porque todos nós já sabíamos o que ia acontecer em Parauapebas. Na época em que a Vale foi implantar seus projetos ela fez reuniões com todas as entidades de classe, incluindo a ACIP e o Siproduz, o qual fui presidente, com a prefeitura, com a Câmara, enfim com todos. A Vale acertou que a população ia crescer muito e que chegaria a pular de 100 mil para 500 mil habitantes até 2014 e que ia inclusive faltar água potável na cidade para se beber. A Vale fez um diagnóstico pela Diagonal Urbana e entregou para todos os nove municípios da nossa micro região, onde citava até o número de salas de aula que seriam necessárias e quantos metros de cano seriam necessários para fazer uma rede de tubulação de água. Então, citei esses exemplos para você vê que o planejamento era consistente. Tudo isso foi previsto, era previsível e ninguém se preparou para isso.

E qual a saída agora?
A saída que hoje vejo em Parauapebas é que é preciso fazer um choque de gestão. Não se faz omelete sem se quebrar ovos. Para se fazer alguma coisa você precisa quebrar paradigmas e até alguns interesses.

A questão do confuso transporte urbano da cidade, com a retirada das vans e a entrada de ônibus, seria um exemplo?
Olha, na Câmara de Vereadores eu fui até mal compreendido pelos vanzeiros, apesar de nunca, mas nunca mesmo, ter sido contra os vanzeiros. Eu sou contra o modelo que está sendo aplicado pelos vanzeiros. Se existisse uma cooperativa de fato seria interessante, mas os carros não são de cooperativa. Cada dono de um carro tem seu interesse. Se eles formassem uma cooperativa seria mais viável, porque o sujeito que vendeu uma casa e comprou uma van, se vender a van hoje ele não compra a casa de volta. Se acha que está ganhando, ele fez foi perder. Se hoje um vanzeiro ganha oito mil por mês, quando tira as despesas com pneus, combustíveis e outras, ele vai vê que não ganhou nada. Com a cooperativa, tudo isso ia facilitar. São 500 vans? Se fosse comprar combustível, o preço cairia. Hoje, o combustível em Parauapebas é R$ 2,40, e no atacado, ele cai para R$ 1,83. O poder de compra deles seria maior, eles iam ganhar no volume e aumentar o lucro de cada cooperado. Se padronizar a frota, escolhendo determinada marca, isto é, padronizando a compra do carro, incluindo a do pneu, eles padronizam a compra de peças. Com isso, acabaria com essa correria. Ficam essas vans passando umas pelas outras em busca de passageiro, uma loucura. Tudo isso era previsível porque cada um fatura individualmente e não divide em partes iguais. Por que o motorista de uma empresa de ônibus não tem interesse em ultrapassar o outro numa parada? Porque vai tudo para o mesmo lugar. Quero deixar claro que não sou contra os vanzeiros. Apenas ressaltar que o modelo que está aí não favorece ninguém.

O senhor acha que os administradores não acompanharam essa evolução do crescimento da cidade?
Eu acho que não acreditaram nisso, só pode, porque hoje temos exemplo claro sobre isso. Eu acho que nem os donos do Loteamento Cidade Jardim (onde fica a Nazaré Concreto, de sua propriedade) acreditaram nisso. Será que eles iam imaginar que isso aqui ia pipocar de gente assim, agora sofrendo com a falta de água? Eles agora querem jogar a bola para a prefeitura. Eu acho que todo loteamento só poderia ser liberado com toda a infraestrutura como determina a lei. E como te falei, o administrador tem que fazer um planejamento a longo prazo. Tipo: como quero ver Parauapebas daqui a 50 anos?

Seria um novo Plano Diretor da cidade?
Não. Seria um processo mais amplo. O Plano Diretor seria incluído nesse planejamento, mas ele é apenas uma parte da coisa.

Empresarialmente, como o senhor vê hoje o mercado de concreto na região?
Olha, o concreto é um negócio altamente perecível. E muito caro. Vejo que há mercado para todo mundo na região. Não é só em Parauapebas, mas em outras cidades. Hoje, com o incentivo que o governo federal vem dando para a construção civil com o programa Minha Casa, Minha Vida, tem crescido muito todo o ramo de material de construção.

E a carga tributária no Brasil ainda é muito alta?
Muito alta. Altíssima.

E isso inviabiliza o crescimento do país?
Inviabiliza. Além da carga tributária, no meu ramo, por exemplo, você tem que ter qualidade e preço competitivo. E isso obriga você a enxugar custos, mas o governo não enxuga sua parte. Eu vejo aí a presidente Dilma Rousseff fazendo alguma mudança com a redução de custo de encargos sociais, mas isso ainda é muito pouco. É preciso fazer muito mais. (Reportagem e foto: Lima Rodrigues).

16 comentários em “Entrevista: Agnaldo Ávila de Brito (DEM)

  1. DURVAL Responder

    Incrivel, assim como são os homens são as criaturas… mesmo estando ausente de Parauapebas há vários anos, ainda desperto inveja em algumas pessoas, que gostariam de ter vivido o que eu vivi e com quem vivi durante o tempo em que aí estive, mas, como diz o ditado quem tem boca fala o que quer. Devemos focar os comentários em seu verdadeiro objetivo e não dar ouvidos a intrigas que não nos levam a nada e a lugar algum, pois tenho a minha própria opniao e convicção, digo e repito que ÁVILA é o único entre os pré-candidatos que tem de sobra HONESTIDADE E COMPETENCIA para adminstrar o municipio de Parauapebas. Tem o meu apoio e dos que me são caros !

  2. durval Responder

    meu caro zé dudu, primeiramente gostaria aqui de deixar claro e tornar publico que o comentario acima de n 11 nao foi escrito por mim e sim por alguem tentando se passar pela minha pessoa com um só objetivo: nocautear e macular a amizade que tenho com Ávila e familia, a quem tenho um grande apreço e respeito. E dizer que dentre os eventuais pré-candidatos a Prefeito dessa cidade Ávila é um dos mais preparados p/ administrá-la pois tem capacidade e honestidade e sua intenção não é se locupletar, pois o que os outros buscam ele já tem ! E sr. zé povinho que se passa por mim mostra a cara e coloque sua verdadeira identidade e nao se esconda atras de outras pessoas, ou nao tem coragem de faze-lo ?

  3. Afonso Schroeder Responder

    O desenvolvimento desordenado que vêm acontecendo em muitas cidades brasileiras é a falta de capacidade dos gestores (prefeitos), eleitos por nós mesmos, senão vejamos desde a candidatura os eleitores precisam e devem analizar qual o real interesse do candidato, pois o que vemos nos dias atuais é muitos dos que se elejeram, só governarem para classes.

  4. Parauapebas Júnior Responder

    Aguinaldo Avila, tem a vantagen de já ser conhecido, e sabemos o que faria em uma eventual administraçao do municipio, NADA DE BOM. Ninguem esquecerá os maus tratos recebidos à guisa de atendimento no famigerado cartorio santis, onde clientes eram submetidos ao desconforto, maus tratos e quem tivesse a má sorte de cruzar com ele ou com a Elvina, sofria humilhaçao tambem. Ninguem esquecerá a atuaçao dele na camara de v ereadores,onde seguia a risca a maxima “Meu pirão primeiro”. Ninguem esquecerá sua atuação à frente do SIPRODUZ, mediocre e enrolada. E por tudo isso suas chances são minimas, ele está é procurando se cacifar para pegar uma secretaria no proximo governo.

  5. Nome (obrigatório) Responder

    muito boa a entrevista do Sr. Ávila de Brito, mas na min ha humilde opinião ficou no campo subjetivo. Gostaria muito de ler na próxima, ou mesmo em um comentário neste blog algo mais objetivo, tipo em uma possível candidatura para prefeito de nossa cidade quais os projetos e planejamentos dentre outras coisas que tanto a cidade precisa. Vendo pelo prisma que: os candidatos eleitos anteriormente, antes de serem eleitos também discursaram que fariam mundos e fundos; depois de eleitos descobriu-se que era apenas um engodo para locupletarem-se do poder.
    Lidio Oliveira

  6. lalakaroline Responder

    BEM, EU SOU DO DEMOCRATAS E DIGO QUE DEVEMOS SIM LEMBRAR DOS FEITOS ANTERIORES. AVILA QUANDO SEC. DA BEL (PMDB) FOI O MESMO QUE PERSEGUIA OS CAMELÔS E LIBEROU O LOTEAMENTO BEIRA RIO 2. 2 CLASSES SOCIAS COMPLETAMENTE OPOSTAS: UMA RICA E OUTRA POBRE; A SOLUÇÃO VEIO PARA A CLASSE RICA MAS A POBRE CONTINUA SENDO PERSEGUIDA SEM UMA SOLUÇÃO. AGORA EU PERGUNTO ZE DUDU: QUEM TA MAIS IRREGULAR, OS CAMELÔS OU O LOTEAMENTO BEIRA RIO 2? QUEREMOS UMA MUDANÇA COMPLETA NOS PODERES CONSTITUIDOS. NÃO QUEREMOS LEMBRANÇAS DO PASSADO. PARAUAPEBAS PRECISA SER TRANSFORMADA DE FORMA DIGNA E JUSTA. VAMOS MUDAR, TIRAR ESSSES POLITICOS VICIADOS E COLOCAR NOVOS REPRESENTANTES. PARAUAPEBAS PEDE SOCORRO, AVILA É UM GRANDE EMPRESARIO MAS COMO POLITICO DEIXOU MUITO A DESEJAR, PARAUPEBAS PRECISA DE UM GESTOR E DE VEREADORES QUE DESEMPENHEM O SEU PAPEL DE FISCALIZAR OS MAIORES CULPADOS DE ESTARMOS NESSA SITUAÇÃO HOJE QUE SÃO OS NOSSOS PRÓPRIOS REPRESENTANTES ………

  7. marcio Responder

    avila a melhor coisa que voce faz, e administra a sua empresa, por que voce num tem nenhuma chance de ser prefeito dessa cidade.

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