Brasília – Com 16 anos de uma bem-sucedida carreira política, o advogado, empresário e político Cássio Andrade (PSB), é casado e tem dois filhos. Se fosse um pugilista, seria chamado pela crônica esportiva de “Punhos de Aço”. É um “nocauteador” no ringue da política, com um cartel de 4 lutas e 4 vitórias: não sabe o que é derrota quando o assunto é política.
Em 2004 foi eleito vereador em Belém — maior e mais disputado colégio eleitoral do Pará. Na metade do mandato, em 2006, concorreu e foi eleito deputado estadual, reelegendo-se em seguida para o mesmo cargo (2010- 2014), sendo novamente eleito em 2014 até 2018. Agora, exerce o primeiro mandato na Câmara Federal para a 56ª Legislatura Federal (2018-2022).
Desde que assumiu é Vice-Líder do partido nos três períodos dessa legislatura, honraria que confirma a construção de uma liderança nacional em torno de seu nome e opiniões no Diretório Nacional do seu partido. Ou seja, tem nome e voz, sendo muito respeitado na legenda, que tinha 641.532 filiados em junho de 2020, nono maior partido político do país e o que mais cresceu proporcionalmente nas duas últimas eleições.
O deputado federal Cássio Andrade, preside no Pará o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Quando recebeu a missão dos correligionários para dirigir a legenda, sob o olhar e bênçãos do pai, o ex-senador Ademir Andrade, liderança histórica nacional do partido desde a fundação, Cássio ampliou o alcance do partido no continental Pará, com planejamento, e o que é mais difícil: escolher as pessoas certas para representar os ideais do partido.
No Pará o PSB é grande, um dos maiores, “entre Prefeitos, Vice-Prefeitos e vereadores,
teremos 1.200 nomes concorrendo pelo PSB nessas eleições”, revelou Andrade.
O PSB posiciona-se no espectro político de centro-esquerda, pautado no campo ideológico da socialdemocracia, posição um tanto mais tolerante do que o seu provável principal adversário nesse ano: o PSOL, do também deputado federal Edmilson Rodrigues, que preconiza a esquerda ultra radical, do campo ideológico do socialismo de raiz.
Cássio Andrade disse não temer qualquer adversário, uma vez que está nos seus planos, caso seja o indicado pelo seu grupo político, fazer uma campanha limpa, propositiva e atendendo as exigências urgentes que vem das ruas de Belém (mais detalhes na segunda parte da entrevista).
Fundo eleitoral
Perguntado se o Fundo Eleitoral é suficiente para viabilizar tantas candidaturas, o deputado, que também é pré-candidato à Prefeitura de Belém, fez questão de detalhar a resposta pelo caráter didático e esclarecedor sobre o que disse ser uma errônea interpretação da sociedade sobre o polêmico Fundo aprovado no Congresso Nacional, que destina R$ 2 bilhões para o financiamento público que vai abastecer as campanhas de prefeitos e vereadores nas eleições municipais deste ano.
Maiores bancadas na Câmara, PT, PSL, PSD, MDB, PP e PSDB, são os 5 partidos, de 32 no total, que ficaram com as maiores parcelas. A distribuição também leva em conta bancada do Senado e votação em 2018. Dois partidos comunicaram à Justiça Eleitoral a sua decisão de abrir mão dos recursos do FEFC para financiar as campanhas políticas de seus candidatos a prefeito e vereador: o partido Novo e o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O partido Novo abriu mão de sua cota da divisão do fundo partidário que corresponde a R$ 36.593.934,06. A legenda estuda como doar a quantia, legalmente, para o combate à pandemia do novo coronavírus.
Na opinião de Cássio Andrade a minirreforma eleitoral de 2017, que instituiu o financiamento público de campanhas, foi um erro primário. “Algo em torno de R$ 3 milhões, se eu lutar e bater na mesa, serão destinados ao Pará. Em um cálculo primário de matemática, se você dividir R$ 3.000.000,00 (três milhões de Reais) por 1.200, o resultado será R$ 2.500,00 para cada candidato, o que não paga nem os santinhos da campanha. Dessa forma, é bom esclarecer para a sociedade que o Fundo Eleitoral ajuda apenas as grandes legendas”, explicou.
O parlamentar tem razão. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cumprimento ao estabelecido na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), o total de recursos distribuídos entre as 33 agremiações foi de R$ 2.034.954.823,96. Com o novo cálculo finalizado em 16 de junho, o Partido dos Trabalhadores (PT) receberá o maior montante, com mais de R$ 201 milhões, seguido pelo Partido Social Liberal (PSL), com cerca de R$ 199 milhões, e pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com aproximadamente R$ 148 milhões. O PSB ocupa a 9ª colocação na lista e terá direito a R$ 109.545.178,16 da cota do fundo, dos quais R$ 3 milhões do montante caberá ao PSB do Pará.
Eleições em Belém
Após a abertura das urnas e proclamação do resultado das eleições gerais de 2018 houve a consolidação de um Grupo Político composto por PSDB, DEM, PSB, PV, Avante, PRTB, PMN e outros, que por enquanto não querem ter seus nomes divulgados em razão de suas próprias estratégias políticas, totalizando dez legendas.
Nas primeiras reuniões desse Grupo, nomes como o do ex-governador Simão Jatene (PSDB), deputado federal Joaquim Passarinho, Cássio Andrade (PSB), ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania, ex-PPS), deputado estadual Thiago Araujo (Cidadania), e o vereador Mauro Freitas (ex-PSDB) atualmente sem partido, estavam na Mesa de negociação para a disputa da sucessão do Prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), ao fim de seu 2º mandato.
Posteriormente, apenas três nomes permanecem na disputa, independente do aval do Prefeito Zenaldo Coutinho que não tem a palavra final, entretanto, como dono da caneta da Prefeitura, tem grande influência na escolha do “ungido” para sucedê-lo.
Numa jogada de marketing, Mauro Freitas (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belém não esperou a decisão do grupo, e por conta própria, se lançou como pré-candidato à prefeitura supostamente com o apoio do: DEM, PSDB, PRTB, PMN e PV, metade de um grupo maior, com outras cinco legendas. O ato desagradou caciques desses cinco partidos,que não gostaram nem um pouco do expediente adotado por Freitas.
Thiago Araújo e Cássio Andrade mantiveram-se em silêncio e não quiseram se manifestar sobre a atitude do colega Mauro Freitas. A decisão do escolhido deve ser anunciada nos próximos dias, conforme o avanço das últimas negociações que estão sendo feitas, com os dois principais avalistas do processo: o já citado prefeito de Belém e com o ex-governador Simão Jatene.
No sábado (18), o Blog do Zé Dudu publica a segunda parte da entrevista com o deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Belém, Cássio Andrade, onde ele revela alguns pontos do Plano de Governo para Belém. Com essa série, o Blog do Zé Dudu inicia uma série de entrevistas com vários candidatos ao pleito de 2020.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.