Escolas públicas e privadas do Pará terão Semana do Empoderamento Feminino

Criada por projeto de lei, iniciativa foi um dos assuntos apresentados na sessão especial da Alepa em homenagem à mulher

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A partir do ano que vem, antes da chegada do dia 8 de março, as escolas públicas e privadas do Pará vão dedicar uma semana inteira para debates e atividades sobre o empoderamento feminino, para que desde cedo jovens e adolescentes, assim como toda a comunidade escolar, incluindo os pais e responsáveis dos alunos, passem a entender a importância do respeito à igualdade de gêneros.

A Semana do Empoderamento Feminino foi instituída pela Lei estadual 8.775, aprovada no ano passado, de autoria do deputado Carlos Bordalo (PT), e foi apresentada nesta segunda-feira, 11, na sessão especial realizada pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, transcorrido no último dia 8.

Impedir ou prevenir a violência contra a mulher a partir da educação é defendida por especialistas em todo o País, que apontam a necessidade do envolvimento também das comunidades escolares. “Nós vamos trabalhar com todo o entorno (das escolas), agregar e fazer com que todas as pessoas participem dessa construção de conhecimento, que é a base de tudo”, enfatizou a educadora Rosemary Nogueira, coordenadora das Ações Educacionais Complementares da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Coube a Rosemary Nogueira fazer a explanação do anteprojeto para a regulamentação da lei, que será hospedado no site da Alepa para recebimento de propostas que possam aprimorar a matéria. A coordenadora destacou projetos realizados dentro das escolas pela Seduc em parceria com outros órgãos, como o Judiciário, que trabalham com a desconstrução de preconceitos e estímulo a mudanças culturais.

Solicitada pela deputada Dilvanda Faro (PT), a sessão também foi marcada por críticas à falta de políticas públicas para a mulher, críticas ao Ministério Público do Estado por não agir e não cobrar do governo ações efetivas de defesa e proteção da mulher, manifestações contra a Reforma da Previdência e elogios à força e à coragem das mulheres que revolucionaram a história no Pará e no Brasil, na luta em defesa da igualdade social e de gêneros. Outro ponto destacado foi a necessidade de maior participação da mulher na política.

Cobranças

Aberta oficialmente pelo presidente da Alepa, deputado Daniel Santos (PSDB), a sessão contou com a presença de cinco das dez deputadas que compõem a bancada feminina do Legislativo estadual: além de Dilvanda Faro, Marinor Brito (PSol), Diana Belo (DC), Heloísa Guimarães (DEM) e professora Nilse (PRB). Os deputados Bordalo e delegado Caveira (PP) se somaram ao encontro, onde representantes dos mais variados movimentos sociais ligados à mulher cobraram do governo não apenas enfrentamento à violência crescente contra a mulher, mas também políticas que cuidem da saúde feminina, principalmente no interior do estado, bem como assistência social.

A secretária de Mulheres da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), Camila Castro Oliveira, é do município de Curralinho, no Marajó, e apelou pela construção de mais delegacias especializadas da Mulher – são apenas 16 em todo o Pará -, que possam contemplar também as mulheres ribeirinhas. “Para nós, é muito difícil. É uma situação alarmante quando olhamos para o Marajó, para as ribeirinhas”, disse ela. A deputada Marinor Brito informou que já está na pauta da bancada feminina visitar casas prisionais, delegacias da Mulher e hospitais públicos, em todo o Pará, para checar o atendimento às mulheres e, a partir daí, apresentar propostas ao Governo do Estado.

Por Hanny Amoras – Correspondente do Blog em Belém