De acordo com Thiago de Almeida Flauzino, que é Cirurgião Geral e atua em Coloproctologia, especialidade médica relacionada às doenças intestinais, tem aumentado os casos de pessoas diagnosticadas com Doenças Inflamatórias do Intestino (DII) em Parauapebas, “infelizmente não tenho números exatos, mas constato pelas consultas realizadas que novos casos são crescentes”.
O especialista atende pela rede pública de saúde, na Policlínica, e informa que os principais sintomas das doenças são “diarreia crônica, saída de sangue ou muco nas fezes.Nos casos mais graves ocorre dores abdominais e anemia”. Nesses últimos casos também essas doenças podem levar à incapacitação física, ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de cirurgia no intestino e reto. Se diagnosticadas cedo podem ser controladas e tratadas de forma adequada, evitando assim possíveis cirurgias.
Em todo o Brasil também vem aumentando o número de diagnósticos dessas doenças, porém, pesquisa aponta que os brasileiros desconhecem essas enfermidades localizadas no intestino, conforme publicação no site da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. A pesquisa constata que, na presença de alguns de seus sintomas (como dor abdominal e sangue nas fezes) a maioria dos brasileiros prefere se automedicar ou esperar passar.
A pesquisa foi realizada em seis capitais brasileiras durante o último mês de março e revela como os brasileiros se comportam frente a um ou alguns sintomas das DII – no caso de dor abdominal, 46% preferem se automedicar; na diarreia frequente, 61% se automedicam ou tomam remédios caseiros, e mesmo quando há sangue nas fezes, 39%prefere “esperar passar”.
Na Europa, outra pesquisa indica que essas doenças cresceram até 15 vezes nas últimas cinco décadas, que 44% dos seus pacientes se afastam do trabalho em decorrência da doença e perdem pelo menos quatro semanas de trabalho por ano.
Doenças Inflamatórias Intestinais
Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa são as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), elas formam um grupo de doenças inflamatórias crônicas, ainda de causa desconhecida, envolvendo o aparelho digestivo. Apesar da origem desconhecida, sabe-se que pode haver predisposição genética e que o meio ambiente exerce papel importante.
As DII’s afetam homens e mulheres indistintamente e o diagnóstico acontece geralmente por volta dos 30 anos de idade. Segundo a pesquisa europeia, 10 anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de seu trabalho em decorrência da doença. De 20% a 25% das pessoas com uma DII apresentam os sintomas de forma contínua e, mesmo com o acompanhamento médico, de 30% a 40% dos pacientes apresentam algum tipo de complicação entre 10 a 15 anos depois do diagnóstico. Em cerca de 40% dos pacientes,além dos problemas intestinais, as DII podem afetar os olhos, a pele e as articulações.
A Doença de Crohn envolve o intestino (íleo) em 30% dos pacientes e a região ileocecal em 40% dos casos, enquanto a Retocolite Ulcerativa restringe-se ao cólon e quando a doença está ativa (em crise), a mucosa intestinal torna-se maciçamente infiltrada por células inflamatórias e é afetada por microúlceras.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico dos pacientes, exames de sangue e de imagem (como a Colonoscopia, onde um aparelho com uma câmera percorre o intestino). O tratamento inclui alteração de hábitos (como parar de fumar e adoção de dieta saudável) e medicamentos para controle da doença.
Os interessados podem buscar o profissional de saúde, ou serviço público especializado mais próximo de sua região, no site do GEDIIB (www.gediib.org.br), ou www.seuintestinomudou.com.br
1 comentário em “Especialista afirma que crescem os casos de Doenças Inflamatórias do Intestino em Parauapebas”
Boa noite. Somos da DII Brasil, a Associação Nacional das Pessoas com Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. Sabendo do aumento de casos em Parauapebas, gostaríamos de conseguir o contato do Dr. Thiago Flauzino para avaliar a possibilidade de ajudarmos a estruturar uma associação estadual de pacientes no Pará, para que os pacientes possam ter apoio e suporte necessário às suas necessidades.