Ampliar os conhecimentos de pediatras, médicos e enfermeiros que atuam em saúde pública sobre os procedimentos de prevenção contra parada cardiorrespiratória em crianças a partir de um mês de idade e jovens de até 18 anos. Com esta finalidade, as Sociedades Brasileira e Paraense de Pediatria, em parceria com a Santa Casa de Misericórdia do Pará, juntamente com especialistas em saúde infantil dos Estados do Amazonas, São Paulo e Pernambuco, concluíram neste final de semana, 6 e 7 de fevereiro, o Curso Suporte Avançado de Vida em Pediatria (PALS), realizado no auditório da instituição de saúde paraense. O curso é regulamentado e certificado pela Associação Americana do Coração.
Durante a qualificação, 25 profissionais dos municípios de Marabá, Tucuruí, Abaetetuba e Belém, além de acadêmicos da Universidade Estadual do Pará (UEPA), médicos do Ophir Loyola e da própria Santa Casa, aprofundaram os conhecimentos teóricos e práticos no atendimento da criança gravemente enferma, na prevenção da insuficiência respiratória e no choque, principalmente o hipovolêmico decorrente de diarréia aguda e vômitos na criança.
De acordo com a pediatra neonatalogista e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Aurimery Gomes Chermont, um dos grandes benefícios do curso foi o de associar os conteúdos com os aspectos práticos, por meio de exercício em manequins de reanimação (fotos), o que permitiu vislumbrar uma proximidade da relação médico e paciente em situação de risco e facilitar a consolidação de um diagnóstico efetivo mais eficaz.
Segundo ela, “o conhecimento adquirido, a eficiência em defesa da vida, as condições estruturais para o exercício profissional, além do equilíbrio do trabalho em equipe, são fatores fundamentais para evitar a falência dos órgãos e salvar uma vida”, pondera Aurimery.
Para a enfermeira Yara Kimiko Sako, do Hospital Albert Einstein de São Paulo, uma das ministrantes do curso, a troca de informações permitiu reciclar o conhecimento dos profissionais e contribuirá para qualificar o atendimento e reduzir a mortalidade infantil na região. “As estatísticas mostram que as chances de vida de crianças e jovens de até 18 anos podem ser maiores dependendo do local em que ocorre a adoção de medidas protocolares. A sobrevida de uma criança com parada cardíaca fora do hospital é de 5 a 12% e de 6,4% para os adultos. Neste contexto, o atendimento presencial, o conhecimento e o manuseio correto do instrumental de trabalho podem reduzir os números da mortalidade infantil no Brasil”, alerta Yara.
A enfermeira acentua que, no caso de um paciente que tem uma parada cardíaca dentro do hospital, as chances de sobrevivência são bem maiores. “Quanto ao adulto, o percentual sobe para 20%. Em relação às crianças, o índice salta para 27% de chances de vida”, enfatiza.
Pediatra do Hospital Climec, em Marabá, Mara Giannandréa Almeida, afirma que a atualização foi fundamental. “São conhecimentos importantes para atuar na saúde oferecida no setor privado, além da convivência com uma equipe de especialistas competentes”, afirmou. Já o diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Ophir Loyola, Bruno Carmona, avaliou como determinante a troca de experiência para sistematizar o atendimento em crianças em estado grave, com eminente risco de parada cardíaca, ou em parada cardíaca. “Atualizar os conhecimentos sobre os novos protocolos da Associação Americana de Cardiologia ajuda a salvar muitas crianças na região e reduzir a mortalidade infantil”, finaliza.
Texto e foto: Kid Reis – ASCOM Sociedade Paraense de Pediatria