Espetáculo “Ô, abre a roda!” chega ao Pará nesta quarta (2)

Parauapebas, Marabá, Curionópolis e Eldorado recebem apresentações em escolas públicas e abertas ao público

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Entre os dias 2 e 12 de agosto, quatro municípios do sudeste do Pará recebem o espetáculo “Ô, abre a roda”, com apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e patrocínio do Instituto Cultural Vale. As apresentações gratuitas serão realizadas em escolas da rede pública e espaços abertos para o público geral, representando a cultura paraense por meio de cantigas, marionetes e contações de histórias.

O roteiro da peça foi criado a partir de relatos de moradores da região, a partir da curadoria da escritora e produtora cultural Daniela Chindler. A instrumentação e cantoria são feitas pelos próprios artistas, a partir de uma trilha sonora que reúne músicas populares e canções originais sobre o igarapé, pio da araponga, maniçoba,  Boiúna e Matinta Pereira. A composição é do diretor Guilherme Miranda.

“Para que a história se desenrole usa-se o faz de conta. Quando a criança se transporta para o papel de ouvinte, ele está compactuando com a ficção. Existe melhor forma de viver experiências?”, resume Chindler. O elenco da peça é composto pelos paraenses Ayla Marques, Isabella Raianny e Mateus Silva, além dos atores cariocas Adassa Martins e Gabriel Sant’Anna.

A programação tem início em Eldorado dos Carajás, nos dias 2 e 3 de agosto, com quatro apresentações na Escola Municipal Francilandia e duas no Ginásio Poliesportivo. De 4 a 7 de agosto, o espetáculo acontece no Teatro do Centro Cultural de Parauapebas, e nos dias 8 e 9, respectivamente, as escolas municipais Juscelino Kubitschek e Santos Dumont, em Curionópolis, recebem a atração. 

Por fim, o município de Marabá terá apresentações entre os dias 10 e 12 de agosto, nas escolas municipais Irmã Theodora e Pedro Peres Fontenelle, além do Centro de Apoio Pedagógico para o Deficiente Visual e da Casa da Cultura. 

Ao todo, serão 26 performances em 11 dias, das quais 21 são direcionadas aos alunos da rede pública convidados pelas respectivas secretarias de Educação; três abertas ao público geral e duas acessíveis aos estudantes com deficiência visual, com momento sensorial tátil.

Sinopse da peça

Tião Quaiada tinha uma pequena venda onde o povo costumava esperar a caminhonete que transportava quem seguia de Canaã para Parauapebas. Quando chovia o córrego transbordava cobrindo o caminho e ficava um tanto de gente que ia viajar olhando triste para a estrada interrompida. O dinheiro era curto para muitos, por isso o povo não arredava pé e ficava esperando. Mas quem não costuma esperar é a fome. Deu o horário, a barriga ronca. Tião tinha umas vacas leiteiras, do leite fazia queijo e um tanto sobrava. Ouvindo a orquestra da chuva e das barrigas roncando, Tião não tinha dúvida, ia dentro da venda e preparava uma coalhada forte que servia com farinha para enganar a fome do povo. Se um ou outro pudesse contribuir, eles pagavam com uma pequena quantia, mas para a maioria Tião Quaiada, distribuía o alimento sem cobrar centavo. Fazia de coração.

Assim começa o espetáculo. Depois de comer a coalhada do Tião, os viajantes se reúnem para contar histórias com sotaque local: “Chuva caiu com vontade e a estrada ficou só o melexé, ruim que só!” e “Égua! Comi tanto que agora só penso em jiboiar, que nem sucuri depois de comer. Bom que trouxe a minha rede.”

Da matriz indígena, o mito da Cobra-grande surge na forma de um boneco de 4 metros que será utilizado nas sessões com acessibilidade sensorial tátil. Dizem que no começo dos tempos só havia o dia, a noite estava guardada no fundo das águas pela Cobra-grande em um embrulho de folhas da planta embira. Em seguida, entra em cena o Valente montado em seu cavalo alardeando sua coragem, quando encontra no caminho uma assombração. Por fim um ocorrido com Matinta Perera, personagem típica do folclore local, que não podia faltar.

Confira abaixo a programação completa do espetáculo “Ô, abre a roda!”:

Eldorado do Carajás

  • Dia 2 de agosto (quarta-feira)
    • Local: Escola Municipal Francilandia
    • Horários: 9h, 11h, 14h e 16h
  • Dia 3 de agosto (quinta-feira)
    • Local: Ginásio Poliesportivo
    • Horários: 9h e 11h

Parauapebas

  • Dia 4 de agosto (sexta-feira)
    • Local: Teatro do Centro Cultural Parauapebas
    • Horários: 9h, 14h e 16h
    • Público: estudantes da rede municipal
  • Dia 5 de agosto (sábado) – apresentação acessível (sensorial/tátil)
    • Local: Auditório Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência de Parauapebas
    • Horário: 10h
    • Público:  estudantes da rede municipal com deficiência visual
  • Dia 5 de agosto (sábado) – retirada de senhas 1h antes na bilheteria
    • Local: Teatro do Centro Cultural Parauapebas
    • Horário: 19h
    • Público: aberto para moradores da região
  • Dia 6 de agosto (domingo) – retirada de senhas 1h antes na bilheteria
    • Local: Teatro do Centro Cultural Parauapebas
    • Horário: 16h
    • Público: aberto para moradores da região
  • Dia 7 de agosto (segunda-feira)
    • Local: Teatro do Centro Cultural Parauapebas
    • Horário: 8h30 e 10h30
    • Público: estudantes da rede municipal

Curionópolis

  • Dia 8 de agosto (terça-feira)
    • Local: Escola Municipal Juscelino Kubitschek
    • Horários: 10h, 14h e 16h
  • Dia 9 de agosto (quarta-feira)
    • Local: Escola Municipal Santos Dumont
    • Horários: 9h e 11h

Marabá

  • Dia 10 de agosto (quinta-feira)
    • Local: Escola Municipal Irmã Theodora
    • Horários: 10h, 14h e 16h
  • Dia 11 de agosto (sexta-feira)
    • Local: Escola Municipal Pedro Peres Fontenelle
    • Horários: 10h e 14h
  • Dia 11 de agosto (sexta-feira)  – apresentação acessível (sensorial/tátil)
    • Local: Centro de Apoio Pedagógico para o Deficiente Visual de Marabá
    • Horário: 17h30
    • Público:  estudantes da rede municipal com deficiência visual
  • Dia 12 de agosto (sábado) – retirada de senhas 1h antes na bilheteria
    • Local: Casa da Cultura de Marabá
    • Horário: 16h
    • Público: aberto para moradores da região