A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) aprovou, nesta quarta-feira (10), uma série de fundos de investimento em bitcoins (Bitcoin ETFs) para negociação. A medida é uma decisão histórica para a indústria de criptomoedas.
A aprovação marca um momento significativo para a indústria de criptomoedas, pois representa um avanço na integração do bitcoin no sistema financeiro tradicional. A expectativa em torno da decisão era alta, com fontes de várias corretoras e bancos indicando que a SEC, equivalente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, poderia aprovar os Bitcoin ETFs entre terça e quarta.
A aprovação vem na esteira de uma invasão às redes sociais do órgão, numa manipulação histórica de preços, onde hackers invadiram o perfil oficial da autarquia no X, antigo Twitter, e publicaram uma mensagem falsa sobre a aprovação do ETF.
Às 18h45 desta quarta, após o anúncio oficial, a criptomoeda chegou a ensaiar uma alta, mas depois seguiu em leve baixa.
O que é um ETF e como funciona?
Os ETFs de renda variável, também chamados de ETFs de Ações, são fundos negociados em Bolsa, formados por ações que correspondem a um índice de referência reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como o Ibovespa. No caso norte-americano, a SEC é a xerife da regulação de valores mobiliários, e no país, há mais de uma Bolsa operando no mercado.
O que são os ETFs de Bitcoin ?
Os ETFs de Bitcoin permitem que investidores comprem e vendam ações em fundos que acompanham diretamente o preço do bitcoin, proporcionando uma maneira mais acessível e regulamentada de investir na criptomoeda. Isso é particularmente significativo, considerando as flutuações de preço e a volatilidade associadas ao bitcoin.
Com a aprovação da SEC, investidores passam a ter uma opção mais segura e simplificada para investir em bitcoin através de mecanismos tradicionais de mercado.
A decisão do órgão é vista como um passo importante para a legitimação do bitcoin no mundo financeiro mainstream, podendo ser um precursor de maior adoção e reconhecimento de criptomoedas como uma classe de ativos viável, tanto por investidores individuais quanto por instituições financeiras.
Ao longo prazo, a aprovação dos ETFs de Bitcoin pode influenciar positivamente a estabilidade e a aceitação do bitcoin no mercado financeiro global, ao mesmo tempo que oferece aos investidores um método mais convencional e regulamentado para entrar no mercado de criptomoedas.
O que é um Bitcoin?
Primeira e maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, a rede do Bitcoin foi criada em 2009, em meio a uma crise financeira global, pela misteriosa figura de Satoshi Nakamoto, que pode ser uma pessoa ou várias, uma vez que ele jamais foi encontrado fisicamente ou deu entrevistas pessoalmente.
No White Paper (descrição dos propósitos) da moeda, Nakamoto escreve que “um sistema eletrônico de pagamentos é necessário, que seja baseado em prova criptográfica, em vez de confiança, permitindo que quaisquer duas partes interessadas transacionem diretamente entre si sem a necessidade de um intermediário”.
A ideia do bitcoin, portanto, é permitir a validação de transações por meio de computadores com acesso a blocos. Uma transação, para ser validada, precisa ser validada por diversas máquinas ao mesmo tempo. Ou seja, é o consenso da rede, e não um intermediário como um banco ou bandeira de cartão que certifica a validade daquela transação.
No fechamento desta reportagem, a Bitcoin (B$ 1,00 bitcoin) equivalia a R$ 229.535,36 reais.
Por Val-André Mutran – de Brasília