Com atuação no sudeste do Pará, a Estrada de Ferro Carajás (EFC), foi classificada, pelo segundo ano consecutivo, como a ferrovia mais segura do país pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A divulgação foi realizada na última semana e considerou os índices anuais de acidentes de todas as estradas de ferro do Brasil. A ANTT é o órgão federal responsável pela concessão, fiscalização e regulação de todas as ferrovias brasileiras.
A EFC circula, em terras paraenses, nos municípios de Canaã dos Carajás, Parauapebas, Marabá e Bom Jesus do Tocantins. Além de minério de ferro e cargas, como combustível e soja, a EFC – que é operada pela Vale – transporta por ano mais de 320 mil passageiros entre os estados do Pará e Maranhão.
O indicador de segurança da EFC vem melhorando ano a ano. Em 2017, o índice alcançado pela ferrovia na avaliação da ANTT foi de 2,67; em 2018, caiu para 1,81 e agora chegou a 1,73, o menor dos últimos 13 anos. Na lógica da agência, quanto menor o índice, mais segura é a ferrovia. Os dados e comparativo estão disponíveis no site da agência.
“Esse resultado é fruto do investimento contínuo em tecnologia, manutenção preventiva, qualidade da frota e do trabalho de diálogo com as comunidades que cruzam a via, incentivando-os a utilizarem as passagens oficiais, como viadutos e passarelas. Importante destacar que esse patamar de segurança é revertido diretamente em favor de quem utiliza o Trem de Passageiros da EFC”, afirmou João Falcão, gerente-executivo da Estrada de Ferro Carajás.
Nos últimos dois anos, a procura pela viagem no Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás cresceu: saltou de 285 mil passageiros por ano em 2017 para quase 330 mil em 2019. Na última pesquisa realizada junto aos usuários, entre os principais motivos da escolha estavam segurança e preço. O valor da passagem de trem chega a ser em média 45% menor que o de ônibus. Em alguns casos, a diferença chega a ser ainda maior: enquanto uma passagem de ônibus entre São Luís e Açailândia pode custar até R$ 198; no trem, esse valor cai para R$ 54,00.
Inteligência artificial e outras tecnologias aplicadas na Estrada de Ferro Carajás
A Vale já utiliza Inteligência Artificial para gerenciar a manutenção da frota de locomotivas, vagões e via permanente da EFC. O processo começa enquanto os trens ainda estão circulando, com a ação dos sensores de monitoramento instalados ao lado da via – chamados de waysides – e ainda dos veículos de inspeção da via.
Utilizando parâmetros como temperatura, ruído, dimensional via laser, ultrassom e vídeo-imagem, os sistemas de monitoramento dizem exatamente a condição de cada locomotiva, vagão e trilho e qual deles precisa de manutenção ou substituição etc. Os milhões de dados colhidos são enviados para uma central em São Luís que utiliza as informações na construção de planos de manutenção precisos, aumentando a segurança da frota.
Outro diferencial, refere-se à tecnologia dos equipamentos utilizados para manutenção, como as mesas automáticas capazes de trocar o rodeiro de um vagão em cerca de 15 minutos. O complexo de oficinas instalado em São Luís (MA) é considerado um dos mais modernos da América Latina com a utilização de robôs para a movimentação de componentes.
Saiba mais sobre a Estrada de Ferro Carajás:
- Construída na década de 80 foi inaugurada com uma capacidade inicial de 30 milhões de toneladas por ano (Mtpa).
- Percorre 27 cidades entre os estados do Pará e Maranhão.
- Tem 970 quilômetros de extensão, com 575 km de via duplicada.
- Utiliza trem-tipo com 330 vagões. Cada vagão leva cerca de 104 toneladas.
- Transporta passageiros, minério de ferro, soja e grande parte do combustível que abastece o Sudoeste do Maranhão e sudeste do Pará.
- O Trem de Passageiros transportou em 2019 cerca de 320 mil pessoas.
- Possui uma frota com 300 locomotivas e cerca de 20 mil vagões. A força empregada para puxar um trem com 330 vagões chega a 18.000 cavalos de potência.
Fonte: Vale