A violência doméstica – aquela praticada dentro de casa ou no âmbito familiar, entre indivíduos unidos por parentesco civil como marido, mulher, pai, mãe, padrasto, sogra, filhos e irmãos – é um dos fenômenos sociais que mais ganhou visibilidade nos últimos anos. Isso se deve a seu efeito devastador sobre a dignidade humana e a saúde pública.
Conforme levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Parauapebas, de 2010 até agosto deste ano foram registrados 1.988 casos no município de violência interpessoal, onde se enquadra a violência doméstica, e a autoprovocada, onde figuram os casos de suicídio e tentativa de suicídio e automutilação.
A residência foi o local de maior ocorrência das violências, com 61,72%, seguida da via pública (12,19%) e outros (4,04%), como instituições socioeducativas, estabelecimentos de saúde e ambientes de trabalho. Em 15,53% (200/1988) das notificações não havia informação do local de ocorrência.
Conforme levantado pela Semsa, os estudantes foram as maiores vítimas desses tipos de violências: 361, seguidos pelas donas de casa, com 245 casos. Quem menos pontuou na estatística da violência foram os motoristas, garçons, pedagogos, faxineiros, manicures e serventes de obras. Cada segmento desse registrou apenas quatro casos no período de 2010 até este ano.
Quanto ao bairro de residência das vítimas durante os anos avaliados, a maioria (41,85%) não prestou informação, dificultando o mapeamento da violência em Parauapebas. Dos casos que foram informados, 98 (7,6%) das vítimas residem no bairro da Paz, 82 (6,37%) no Rio verde e 77 (5,98%) no bairro Liberdade.
O monitoramento dos casos por residência das vítimas permite identificar os bairros onde há maior vulnerabilidade social, auxiliando na adoção de ações estratégicas para reduzir este problema que assola a vida da população, principalmente em se tratando da violência doméstica.
Quanto ao estado civil das vítimas, os solteiros e casados representaram a maioria. De um total de 1.288 registros de violência interpessoal/autoprovocada de 2010 até agosto deste ano, 703 (54,58%) foram contra pessoas solteiras e 334 (25,93%) contra casados ou em união consensual.