Engana-se quem pensa que no estado do Pará se fala apenas Português. Além do idioma oficial, no solo paraense também são faladas outras 25 línguas indígenas. Em toda a Região Amazônica, estão concentrados 72% das chamadas línguas minoritárias ainda faladas no Brasil. A maioria, delas, é de origem indígena. Sobre o tema a Universidade Federal do Pará (UFPA) realiza hoje, 22 de agosto, às 16h, a Conferência “A polarização sociolinguística do Brasil e o contato entre línguas” com o professor Dante Lucchesi da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O Brasil é um país linguisticamente dividido, pois os usos e os julgamentos das formas linguísticas entre a elite letrada opõem-se claramente aos usos de boa parte da população economicamente marginalizada e sem acesso aos direitos sociais básicos, como a escolarização. Milhões de índios e africanos contribuíram com sua força de trabalho para a construção do país, mas as centenas de línguas que falavam desapareceram em função da violenta repressão física e simbólica a que foram submetidos.
Nesse contexto, destaca-se o preconceito contra as formas da linguagem popular, como uso variável das regras de concordância. Sendo assim, o evento organizado pelo Programa de Pós-graduação em letras da UFPA tem por objetivo discutir e compreender a forma como o contato entre línguas produziu mudanças na língua portuguesa falada no Brasil, o que é fundamental para conhecer a história linguística do país e revelar o caráter ideológico do preconceito linguístico.
A conferência, que tem como coordenadora Marilia Ferreira, contará com a presença do professor Dante Lucchesi, coordenador do Projeto Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia e autor do livro Sistema, Mudança e Linguagem. O evento acontece no Auditório Francisco Paulo Mendes, que fica no prédio do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA, no portão 2 do campus básico
Fonte: Planeta Universitário