A batalha está na mesa. Quer dizer, a disputa de poder para o cargo mais elevado na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) está bem definida logo nos primeiros meses de 2024. O atual reitor, Francisco Ribeiro da Costa, já declarou que será candidato à permanência no cargo, enquanto seu antecessor, Maurílio Monteiro, tenta voltar a ser chamado de “magnífico”, pronome de tratamento que só pode ser usado para reitor de universidade.
Enquanto a disputa interna não acontece oficialmente, a guerra de narrativas está bem delineada nas redes sociais e, principalmente, nos corredores da universidade, que conta com cinco campi no sul e sudeste do Pará, além da sede, em Marabá.
Muitos servidores – docentes e técnicos – já tomaram partido e até posaram para foto com um ou outro pré-candidato, demarcando território, assim como muitos estudantes. Maurílio já colocou seu time em campo e criou, inclusive, uma “Plataforma Democrática”, que seu grupo denomina de “construção coletiva de diretrizes e metas a serem seguidas pela próxima gestão da direção da universidade”.
Neste sábado, dia 9, está programada uma plenária de escuta da Plataforma em Marabá, no auditório da Escola José Mendonça Vergolino, no bairro Marabá Pioneira.
O atual reitor, por outro lado, se movimento em busca de fortalecimento de seu nome dentro da universidade, mas também busca apoio externo. Recentemente, ele concedeu entrevista para um blog de Marabá, em que revela que era aliado de Maurílio Monteiro e que só havia colocado seu nome para disputar a eleição na Unifesspa a pedido do ex-reitor, como forma de apoiá-lo. Depois que seu nome foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, numa lista tríplice, as diferenças entre os dois começaram.
Na próxima terça-feira, dia 12, o Conselho Universitário da Unifesspa vai se reunir para discutir o cronograma eleitoral, inclusive com data limite para inscrição das chapas.
Sobre Francisco Ribeiro
Doutor em Geologia e Geoquímica, Francisco Ribeiro é professor da Faculdade de Geologia do Instituto de Geociências e Engenharia (IGE) do Campus Marabá. Antes de ser escolhido pelo presidente da República, em 2020, ele ocupava o cargo de diretor de Pesquisa e Inovação Tecnológica, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Propit).
Em maio de 2020, ocorreu a última eleição para reitor. Na ocasião, professores, técnicos administrativos e alunos elegeram o professor Maurílio Monteiro com 84,4% dos votos válidos. Francisco Ribeiro ficou em terceiro lugar, com 6,9% dos votos. E acabou sendo o escolhido por Jair Bolsonaro.
Sobre Maurílio Monteiro
Em 2013, Maurílio Monteiro foi nomeado reitor pro tempore da Unifesspa, pela então presidente Dilma Rousseff, com a missão de implantar a Unifesspa no Sul e Sudeste do Pará, permanecendo no cargo até maio de 2016.
Ele foi eleito pela comunidade universitária durante consulta realizada no dia 6 de julho de 2016, tendo como vice-reitora eleita a professora doutora Idelma Santiago.
é professor da Unifesspa, formado em História, com doutorado em desenvolvimento sustentável do trópico úmido, pela Universidade Federal do Pará – UFPA. Já foi Secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia – SEDECT, do Estado do Pará, e atua como professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos – NAEA, da UFPA, e no Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), da Unifesspa.
Com dez anos de existência, a Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) vive o mesmo drama de outras instituições de ensino federal, com orçamento bastante reduzido nos últimos anos. Para 2024, por exemplo, a universidade conta com orçamento de R$ 174.050.050,00, sendo que boa parte desse valor é destinada para despesas obrigatórias, como pagamento de salários e custeio de serviços essenciais.
Com uma estrutura multicampi, a Unifesspa está presente em Marabá (sede), mas também mantém campi em Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara.