As transações comerciais da maior praça financeira da Região Norte despencaram 20,65% em maio em relação ao mesmo período de 2021. O Pará exportou 1,768 bilhão de dólares no mês passado frente a 2,228 bilhões no ano passado, de acordo com dados do Ministério da Economia. As informações são do Blog do Zé Dudu, que analisou os microdados liberados nesta terça (14).
Em maio, o Pará foi o 6º maior exportador do Brasil, atrás de São Paulo (5,286 bilhões de dólares), Minas Gerais (3,695 bilhões), Mato Grosso (3,452 bilhões), Rio de Janeiro (2,578 bilhões) e Paraná (1,938 bilhão). O estado, que já chegou a ser o 3º maior exportador em alguns meses do ano, rivalizando-se com o Rio de Janeiro, agora é o 5º no acumulado de janeiro a maio, com exportações totais de 8,484 bilhões de dólares, atrás de São Paulo (25,632 bilhões), Minas Gerais (15,856 bilhões), Rio de Janeiro (15,559 bilhões) e Mato Grosso (14,134 bilhões). Os estados do Paraná (8,428 bilhões) e Rio Grande de Sul (8,339 bilhões) devem ser os próximos a ultrapassar o Pará, caso este não reaja.
As razões pelas quais o Pará tem perdido espaço considerável no cenário da balança comercial estão intimamente ligadas à produção mineral em Carajás, no sudeste do estado. É que os dois municípios de maior peso para sustentação da balança, Parauapebas e Canaã dos Carajás, líderes nacionais da produção de minério de ferro, estão em franco declínio, e os resultados têm sido refletidos no ranking do estado perante às demais unidades da federação.
Parauapebas fora do Top 5
Em maio, pela primeira vez em sete anos, Parauapebas ficou de fora do top 5 dos municípios que mais exportam no Brasil e com risco de, nos próximos meses, ser ultrapassado por localidades do agronegócio, o que seria histórico, uma vez que até então as exportações do município só têm ficado abaixo das transações comerciais de produtores de petróleo e cidades portuárias.
Em maio, o movimento exportável na Capital do Minério despencou 37,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda registrada em Canaã dos Carajás foi ainda maior, da ordem de 43,8%. Além de assistir ao encolhimento das exportações, que repercute no estado, os dois municípios enfrentam atualmente baixa no recolhimento de royalties de mineração e números de demissões de trabalhadores com carteira assinada crescentes.