O mês passado foi o mais produtivo e rentável do Pará entre todos os meses de maio da história, ao menos para as vaidades do governo federal. Nunca antes o estado havia ultrapassado mais de 2 bilhões de dólares, e o mais perto disso foi em 2019, quando exportou 1,6 bilhão, mas para um volume uma vez e meia maior de produtos. Ou seja: as iguarias paraenses estão muito bem cotadas lá fora e valem quase 50% mais do que há dois anos.
É o que acaba de revelar o Ministério da Economia, por meio dos números subnacionais da balança comercial brasileira divulgados nesta segunda-feira (7) e obtidos com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, muito embora ainda não tenham sido disponibilizados na página de comércio exterior do governo federal.
O Pará está, de novo, pau a pau com o estado do Rio de Janeiro em exportações de commodities. Em maio, a balança paraense totalizou 2,187 bilhões de dólares, muito mais que os 1,861 bilhão originários do Rio de Janeiro. No acumulado de cinco meses (de janeiro a maio), o Pará soma 10,841 bilhões de dólares transacionados, encostado no Rio, que acumula 10,858 bilhões. Empatados tecnicamente, ambos só perdem em exportações para São Paulo (4,593 bilhões de dólares em maio e 19,9 bilhões no acumulado do ano) e Minas Gerais (3,428 bilhões de dólares em maio e 14,198 bilhões no acumulado do ano).
Soja rouba a cena
O minério de ferro, como sempre, foi o carro-chefe das exportações de maio, com participação de 69,27% no portfólio das commodities. Sozinho, o produto das minas de Carajás movimentou 1,515 bilhão de dólares. Esse carregamento bilionário saiu diretamente de Parauapebas (795,1 milhões de dólares), Canaã dos Carajás (697,6 milhões) e Curionópolis (18,1 milhões).
Mas o grande destaque de maio ficou para a soja, que roubou a cena: pela primeira vez, ela foi o segundo produto mais exportado do estado, superando — quem diria — o cobre. O Blog do Zé Dudu levantou que foram embarcados em maio 144,9 milhões de dólares em soja, inclusive o produto triturado, enquanto o minério de cobre vem atrás, com 138,5 milhões de dólares. Também pela primeira vez, o Pará exportou mais soja que Santa Catarina (143,8 milhões de dólares) e empatou tecnicamente com o Maranhão (145,2 milhões).
Na sequência das commodities mais importantes, aparecem o alumínio (121,5 milhões de dólares), a carne bovina (48,1 milhões), o ouro (35,5 milhões), o alumínio bruto (27,9 milhões), ferro-ligas (25,7 milhões de dólares), pasta de madeira (25,5 milhões) e madeira em tora (16,8 milhões de dólares).