Mark Zuckerberg elogiou app que tem 450 milhões de usuários. ‘Serviços que atingem a casa do milhar são incrivelmente valiosos’, disse.
Do G1, em São Paulo
Jan Koum, presidente-executivo do WhatsApp, em conferência em Munique, na Alemanha
O Facebook anunciou nesta quarta-feira (19) a compra do aplicativo WhatsApp por US$ 16 bilhões. O valor é o mais alto já pago por um aplicativo para smartphones desde que a própria rede social comprou o Instagram. Também é a maior aquisição do site de Mark Zuckerberg.
No comunicado que anunciou a compra do aplicativo, o Facebook não informou se irá descontinuá-lo. Essa é a maior aquisição já feita pelo Facebook, que pagou pouco mais de US$ 1 bilhão pelo Instagram em 2012. No fim de 2013, o aplicativo de fotos começou a exibir anúncios para levantar receitas.
O valor de mercado do Facebook é de US$ 172,8 bilhões depois do fechamento do mercado nesta quarta-feira (19). Os papéis da rede social fecharam em alta de 1,13%, vencidas a US$ 68,06. Para se ter ideia do avanço das ações do site, na abertura de capital em 2012, quando foram vendidas a US$ 38.
Com isso, a rede social já tem valor de mercado maior do que companhias de tecnologia mais consolidadas, como a Amazon (US$ 159 bilhões) e a Oracle (US$ 170 bilhões).
Usado por 450 milhões de pessoas por mês, o WhatsApp tem alto poder de engajamento: 70% que têm o aplicativo instalado em seus celulares o manuseiam diariamente. Por dia, o app registra 1 milhão de novos usuários.
“WhatsApp está no caminho para conectar um bilhão de pessoas. Serviços que atingem a casa do milhar são incrivelmente valiosos”, escreveu em comunicado o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg.
“O engajamento extremamente elevado do usuário do WhatsApp e rápido crescimento são impulsionados pelos recursos de mensagens simples, poderosos e instantâneos que prestamos. Nós estamos entusiasmados e honrados de nos tornarmos parceiros de Mark e do Facebook para continuarmos a trazer nossos produtos a mais pessoas ao redor do mundo”, afirmou Jan Koum, presidente-executivo e cofundador do WhatsApp.
Fuga de jovens
O WhatsApp está no centro da discussão sobre a fuga de jovens do Facebook. O aplicativo de mensagens instantâneas, ao lado do Snapchat, Line e WeChat, é tratado como um dos escoadouros de adolescentes da rede social.
Para tentar conter a falta de interesse e levar para seus domínios um desses aplicativos sensação, a rede social tentou comprar o Snapchat por US$ 3 bilhões, mas teve sua proposta recusada.
Segundo o Facebook, o volume de mensagens trocadas pelo aplicativo se aproxima do total de mensagens de texto enviadas em todo o mundo. Do volume oferecido pelo aplicativo, US$ 4 bilhões serão pagos em dinheiro e US$ 12 bilhões, em ações do Facebook. O acordo também prevê um adicional de US$ 3 bilhões em ações restritas aos fundadores e funcionários do WhatsApp. Além disso, o CEO do WhatsApp, Jan Koum, tomará lugar no conselho administrativo do Facebook.