O final da Etapa Maio 2023, da vacinação contra a febre Aftosa em 127 municípios do Estado do Pará, foi prorrogado para 30 de junho, ampliando o prazo de aquisição das vacinas e a vacinação dos rebanhos. Assim como o período de declaração e comprovação da imunização foi antecipado para 14 de julho próximo.
A prorrogação dos prazos ocorre devido às dificuldades operacionais do sistema Siapec-3 (Sistema de Integração Agropecuária), inviabilizando o andamento normal das atividades durante a etapa de vacinação contra a febre Aftosa, comprometendo a regularização dos dados de vacinação dentro dos prazos estabelecidos, que eram 9 de junho e 23 de julho.
Em ofício circular datado de 31 de maio, Gerência do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa informa os novos prazos e justifica a prorrogação, “com o propósito de evitar comprometimento nos resultados da etapa de vacinação maio”.
A vacinação realizada em maio pela Agência de Defesa é a maior das etapas que ocorrem no estado por abranger quase a totalidade dos municípios paraenses, com exceção das regiões que possuem etapas específicas como a Ilha do Marajó e os municípios de Faro e Terra Santa, no oeste do estado.
Este ano, o Pará ainda realizará as cinco etapas da campanha, mas a partir de 2024, o estado poderá suspender a vacinação da febre Aftosa em todo o território paraense, acompanhando outros estados da federação que já não têm mais a obrigatoriedade de imunizar o rebanho, alcançando o status de zona livre da febre aftosa sem vacinação.
O Pará é área livre de Febre Aftosa com vacinação e no ano passado alcançou 98,98% de cobertura vacinal, acima dos 90% estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Retirada da vacina
No final de abril, a Adepará apresentou um plano para a retirada da vacinação na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) com o objetivo de obter o status de zona livre da doença sem vacinação. A Agência encaminhou o pedido ao Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) solicitando a retirada da vacina a partir de 2024.
De acordo com a Agência, o Pará é 100% livre de febre Aftosa com vacinação desde 2018. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) orienta que a vacinação não se torna mais necessária, e para que o estado obtenha o novo status sanitário de zona livre da doença sem vacinação, é necessário seguir aproximadamente 40 ações técnicas específicas que são determinadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no plano Estratégico Estadual de Erradicação da Febre Aftosa.
No Brasil, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre da febre aftosa sem vacinação. A expectativa é que ainda este ano, o Pará seja incluído nesse status.
O estado possui o segundo maior rebanho bovino do país, com 26.754.388 animais, e a retirada da vacina proporcionará economicidade ao produtor rural e a possibilidade de acesso aos melhores mercados.