Os bastidores do futebol paraense esquentaram de vez nessa semana, logo após a reunião por videoconferência realizada na tarde da última quarta-feira (08/04), entre os representantes dos 10 clubes que disputam o Parazão 2020 e a Federação Paraense de Futebol (FPF). Com quase três horas de duração, o clubes e a FPF não entraram em consenso na reunião e o campeonato estadual segue suspenso.
Todos os presidentes deram suas opiniões a respeito sobre o possível futuro do Campeonato Paraense, onde a pauta em questão era o que poderia ser feito em tempos de pandemia do novo Coronavírus, se teria ainda calendário para continuar o Parazão, ou encerrar a competição. Uma das propostas debatidas foi a do Paysandu Sport Club, que era a favor de encerrar o estadual e ficar com o título de campeão, já que lidera a competição, não ter nenhum time rebaixado e que a premiação do campeonato fosse repartida por igualdade entre todos os clubes.
Os termos do Papão foram aceitos por seis clubes sendo Águia, Carajás, Castanhal, Independente, Paragominas e Tapajós, tendo abstenção do Itupiranga, enquanto que Remo e Bragantino não concordaram com os argumentos do presidente bicolor, Ricardo Gluck Paul. Sendo assim, não houve consenso e a competição segue com futuro incerto. O mandatário do Paysandu saiu trocando farpas com a FPF, dizendo que o Clube do Remo, rival do time no qual dirige, seria o clube preferido da federação. Ricardo foi além e acusou o presidente da FPF de pedir dinheiro de volta para os clubes participantes. O presidente da Federação Paraense de Futebol, Adélcio Torres, respondeu ao cartola alviceleste.
“Nós escutamos todos os clubes e pegamos as propostas e direcionamos ao jurídico e patrocinadores. Todas as acusações são falsas, ninguém ligou para clubes solicitando o dinheiro de volta. Temos uma carta dos patrocinadores do campeonato querendo que seja definido tudo dentro de campo. O futebol do mundo todo está parado, as dificuldades são de todos os clubes, cotas foram adiantadas para suprir essa necessidade. É preciso esperar. Ele (Ricardo Gluck Paul) sim, faz um terrorismo. A pandemia é geral, não é só o Paysandu que está passando dificuldades. Estamos dentro do regulamento. Ele fala imundices e joga para a torcida. Nem a primeira fase da competição foi terminada”, afirmou Adélcio Torres.
O presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, foi o que mais questionou na reunião entre os clubes e federação. O cartola bicolor insistia na questão de terminar o Parazão do jeito que foi paralisado, com todos os resultados até a 8ª rodada. Também afirmou que o Papão foi campeão no congresso técnico por ter a maioria dos clubes de acordo com os termos levantados. O mandatário bicolor rebateu o presidente da FPF.
“Falo imundices porque fere o clube preferido (Clube do Remo) dele (Adélcio Torres). Pena que não posso falar o mesmo dele, porque falta a maioria das reuniões e quando vai, entra mudo e sai calado”, rebateu Ricardo Gluck Paul, presidente do Paysandu Sport Club.
A FPF vai convocar uma próxima reunião por videoconferência com os patrocinadores e o governo do Pará, e depois com os representantes dos clubes participantes para definir um possível rumo do Campeonato Paraense. Segundo informações da própria FPF, existem dois documentos, um do Banco do Estado do Pará (Banpará) e outro da Funtelpa (Fundação Paraense de Radiodifusão), que são os patrocinadores do Parazão, pretendendo levar a competição até o final para que não haja descumprimento contratual, caso se encerre o estadual.
Por Fábio Relvas