Mais badalado balneário da região sudeste do Pará, a Praia do Tucunaré continua atraindo milhares de frequentadores aos finais de semana de julho, sem contar famílias que resolvem acampar o mês inteiro de férias no banco de areia que se forma no meio do Rio Tocantins, em frente à orla da cidade durante o verão. Mas, para chegar lá, é preciso pegar um barco ou rabeta que custa R$ 5, numa viagem de cerca de 800 metros, que dura menos de 10 minutos.
São aproximadamente 2 km de extensão de areia, com espaço para receber mais de 20 mil pessoas. Na praia, os visitantes podem optar pelas barracas que colocam suas mesas dentro da água, servindo comidas e bebidas ou ficar nos acampamentos. Tem ainda aqueles que preferem levar o próprio guarda-sol e cadeiras, montando seu próprio espaço temporário na areia.
A história de Joaquim Feitosa com a travessia do Rio Tocantins já dura 60 anos. Ele perdeu a conta do número de embarcações que já teve, mas Zé Roberto, o barco atual, que leva o nome de um dos seus filhos, continua garantindo a renda da família. Ele relata que começa a trabalhar na travessia de veranistas ainda no mês de maio, quando surge a primeira ponta de areia, e só se despede da estação quando as areias são cobertas novamente pelas águas.
“É um bom trabalho, é o tempo em que a gente ganha um dinheiro. Esse ano o movimento está razoável, principalmente no fim de semana; a partir das 7h da manhã eu já estou por aqui e só vou embora à noite. O meu serviço só é esse – não tenho outra coisa pra fazer e quando o verão acaba, o barco fica amarrado,” explica.
Feitosa reclama da falta de eventos promovidos na praia pela prefeitura de Marabá, que oferecia shows, arena esportiva, entre outras atrações no passado. “Acaba que muita gente não vem pra cá, e o movimento dos barcos e das barracas que vendem comida diminui muito. Preferem ir para outros balneários,” lamenta.
MUITAS EMBARCAÇÕES, MUITOS PERIGOS
Além de barcos e rabetas que transportam os banhistas, o Rio Tocantins fica congestionado de lanchas e motos náuticas nesta época do ano. Em diversas ocasiões acontecem acidentes fatais ou com vários danos por conta dos muitos pilotos não habilitados dirigindo as embarcações. Este ano, um homem e um menino morreram após a moto náutica em que o adulto dirigia virar no leito do rio.
Esta semana, a Marinha do Brasil finalmente enviou uma equipe da Capitania dos Portos, de Belém, para iniciar fiscalização nas embarcações na cidade. O início das abordagens dos militares ocorreu na manhã desta quinta-feira (6).
Ao contrário de outros anos em que as equipes enviadas eram compostas por quatro militares, desta vez foram 20, entre homens e mulheres. Eles estão alojados no quartel do 52º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), e oferecem suporte de lancha e van, com equipamentos de apoio.
O objetivo principal é educativo, primeiramente conversando com barqueiros e condutores de lanchas e motos aquáticas, e, no caso das duas últimas, verificando documentação das embarcações e dos pilotos.
Já no caso dos barcos que transportam banhistas para a Praia do Tucunaré, é exigida a utilização de colete salva-vidas por parte dos passageiros, do momento em que entram no transporte até o final da viagem.