A Fazenda Boa Sorte, de propriedade do pecuarista Valdemar Camilo de lima, em Parauapebas, foi ocupada pela segunda vez por famílias de agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI). Dessa vez, porém, os invasores expulsaram os empregados da propriedade, tomando casas, animais, um gerador de energia elétrica e um trator avaliado em R$ 100 mil, além de medicamentos veterinários para o gado. Ocorrência policial da invasão foi registrada na delegacia de Parauapebas.
Os sem terras exigem que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desaproprie a fazenda para transformá-la em assentamento. O fazendeiro Valdemar Camilo diz ser o dono da área há mais de vinte anos e negociava com o Incra uma solução pacífica quando a fazenda foi invadida por cerca de 90 sem-terras.
Alessandro Lima, um dos filhos do fazendeiro, disse que recebeu um duro recado dos invasores. Segundo ele, os sem terras teriam avisado de que seu pai poderá ser assassinado caso não deixe o local nos próximos dias. "Estávamos conversando com o Incra, mas o acordo poderá ser prejudicado com essa invasão", afirmou a advogada Adelaide Vieira, defensora de Lima.
O proprietário da Fazenda Boa Sorte teve a posse de sua propriedade reintegrada no final do ano passado, quando o Comando da PM também retirou os militantes do MST da Fazenda do Donizete. Agora retornam à fazenda, descumprindo uma ordem judicial.
Enquanto algumas lideranças dos sem terras forem tratadas pelo Governo do Estado como se trata o cidadão que cumpre com suas obrigações, paga impostos e gera emprego, fatos como esse não deixarão de ocorrer. É preciso uma política de reforma agrária séria, eficiente e que zele pela paz no campo. É preciso primeiramente fazer cumprir a Lei. Invasões, ameaças de ambas as partes e tratamento diferenciado para poucos, não resolverão os problemas agrários no Pará. A impunidade de ambos os lados, a conivência dos governantes e a falta de critérios para as desapropriações só fomentam a guerra agrária e, infelizmente, mais vítimas virão. Mesmo com a Governadora Ana Júlia dizendo que não acontecerá outro “Eldorado dos Carajás” em seu governo.
Com informações do Estadão