Brasília – A comunidade científica do Pará está escandalizada com a deflagração nesta terça-feira (27), no Pará e no Distrito Federal, da Operação Hospedeiro, segunda fase da Operação Parasita. O trabalho é realizado em parceria entre a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF). O objetivo é combater a atuação da organização criminosa acusada de desviar recursos do Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado ao Ministério da Saúde, por meio de fraudes em R$ 20 milhões em contratos, em esquema que vinha funcionando desde 2011.
A Operação Hospedeiro consiste no cumprimento de três mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), além de um mandado de prisão preventiva contra um servidor em Belém (PA). O trabalho conta com a participação de quatro servidores da CGU, além de peritos do MPF e Policiais Federais.
A atual fase busca esclarecer novos fatos trazidos ao conhecimento da Força-Tarefa a partir da análise dos materiais apreendidos na primeira fase da Operação Parasita, em fevereiro de 2020, além das quebras de sigilo telemático, telefônico e bancário dos investigados.
A primeira fase coletou material probatório sobre irregularidades ocorridas no Centro de Inovações Tecnológicas (CIT) do Instituto Evandro Chagas (IEC). As fraudes aconteciam com a participação de pesquisadores e funcionários do Instituto, e ocorriam nas aquisições de produtos laboratoriais com o favorecimento de empresa indicada pelo grupo.
A apuração também revelou a ocorrência de diversas tentativas da organização criminosa de interferir na troca da Direção do IEC.
A denúncia do MPF aponta a existência de direcionamento de licitações, a realização de manobras para aumentar ilicitamente o lucro da empresa – por meio de superfaturamento e de compras de produtos em quantidade acima da necessária – e pagamentos ilícitos da empresa a servidores públicos.
Impacto Social
O mau uso dos recursos destinados à aquisição de insumos para pesquisa impacta diretamente na eficiência do órgão, pois o montante de recursos poderia ser investido no desenvolvimento de pesquisas biomédicas e na prestação de serviços de saúde.
A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém o canal Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima – basta escolher a opção “Não identificado”.
Por Val-André Mutran – com informações da Comunicação da CGU