Por Eleutério Gomes – de Marabá
Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (31), cerca de 350 integrantes do movimento Força Nacional de Luta (FNL) ocupam as instalações da Superintendência Regional do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Marabá. Eles reivindicam maior celeridade na titulação definitiva de áreas ora ocupadas por integrantes de movimentos sociais de luta pela terra.
Moacir Ribeiro, um dos líderes do movimento, ouvido pelo Blog, disse que o objetivo da ocupação “é fazer com que o órgão funcione”. Ele afirma que já é hora de o Incra “deixar de morosidade e fazer seu trabalho”. “Uma terra de mil alqueires eles demoram dois anos para fazer o processo e mais dois para entregar o título”, afirmou Ribeiro. O líder diz ainda que o Incra local alega que não tem recursos financeiros nem veículos suficientes para fazer visórias e efetuar outros procedimentos. “Porém, nós temos pessoas no Incra nacional que nos informaram que os recursos têm sido liberados”, afirma Moacir Ribeiro, afirmando que os prédios só serão desocupados quando o Incra nacional oferecer uma proposta positiva.Ribeiro afirma que os 350 ocupantes do Incra representam mais de 5 mil famílias de diversos municípios e localidades do sul e sudeste do Estado, como Cururuí, Pacajá, Maracajá, Novo Repartimento, Tucuruí, Breu Branco, Jacundá, Nova Ipixuna, Bom Jesus do Tocantins e Dom Eliseu, entre outros.
Outro lado
Ouvido pelo Blog, o superintendente regional do Incra, Asdrúbal Bentes, afirmou que está fazendo o que pode com os parcos recursos de que dispõe. Disse que aguarda reunião ainda na tarde de hoje com outro líder da FNL, que virá de Canaã dos Carajás, para negociar a desocupação dos prédios, a fim de que o órgão possa funcionar. Ele disse ainda que a pauta da FNL será enviada à direção nacional do Incra e que aguardará as decisões a serem tomadas na esfera superior.
Em recente entrevista ao Blog, Bentes traçou um diagnóstico da situação do instituto na região, onde existem 513 projetos de assentamentos nos quais se encontram 73 mil famílias e apenas 132 servidores e um orçamento anual mínimo de R$10 milhões para gerir a Reforma Agrária nos 39 municípios de abrangência da Superintendência Regional.