Símbolos de ascensão econômica tanto para pessoas quanto para cidades e regiões, embora de maneira equivocada, os veículos fazem parte do cotidiano do brasileiro e somam cerca de 106,8 milhões no país. Em Parauapebas, exatamente no dia 31 de dezembro, eles alcançaram uma marca histórica: 100 mil em circulação. A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu nesta segunda-feira (6), após calcular a frota com base em dados de novembro disponibilizados na última sexta-feira (3) pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), órgão federal ligado ao Ministério da Infraestrutura. Os números finais da frota consolidada em 2019 só serão apresentados pelo Denatran a partir de fevereiro.
A volta do crescimento econômico de Parauapebas, com a consequente geração de empregos formais, trouxe confiança ao consumidor, que se aventurou ao longo do ano passado em firmar contratos de financiamento para aquisição de carro e moto. De janeiro a novembro, a capital do minério emplacou 646 novos veículos por mês, média só superada pela capital do estado, Belém, que viu nas ruas 1.230 novos carros e motos.
Pelo desempenho, Parauapebas cravou no último dia de 2019 100 mil veículos emplacados, número que, na realidade, é 20% maior, considerando-se a frota de outras localidades que trafegam no município. Se essa quantidade de carros e motos fosse de seres humanos, apenas a frota faria nascer dentro do município uma cidade do tamanho atual de Tucuruí. É muita coisa.
Ranking nacional
Parauapebas é o mais novo município no pelotão dos que possuem superfrotas. A sua frente estão 164 lugares com mais de 100 mil veículos ativos, entre os quais os paraenses Ananindeua (145,7 mil), Marabá (121,3 mil) e Santarém (107,3 mil). Mantido o ritmo atual, Parauapebas ultrapassa Santarém em número de carros e motos daqui dois anos e meio, mas só consegue avançar para cima de Marabá em 12 anos e meio — o que, no momento, é improvável.
Assim como é tendência por todo o Pará, em Parauapebas o número de motos supera consideravelmente o volume de automóveis. Na capital do minério são 29 mil veículos de passeio contra 35 mil motocicletas e 16 mil motonetas. No estado, apenas em Belém e Ananindeua o número de motos não supera o de automóveis.
Mas nem tudo são flores nos dados do Denatran. Um vizinho de Parauapebas, que andava empolgado até pouco tempo atrás, enfrenta retração na frota. Curionópolis é o único lugar do Pará onde o número absoluto de veículos automotores diminuiu, passando de 7.218 unidades em janeiro para 7.175 em dezembro. Não há, inclusive, razões óbvias para entender esse decréscimo a não ser a desaceleração da atividade mineradora da multinacional Vale no município, que paralisou seu projeto de extração de ferro denominado Serra Leste.
A suspensão do empreendimento fez o desemprego disparar, diminuiu o poder de compra e o potencial de consumo local, bem como ameaça as finanças da prefeitura e pode reforçar o argumento de declínio populacional verificado nos últimos censo demográficos. É provável que muitos moradores tenham se mudado de Curionópolis e levado consigo seus veículos para emplacar na cidade para onde foram. Com isso, o município perde frota e a prefeitura local sente no bolso mediante o decréscimo no faturamento da cota do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Confira o ranking elaborado pelo Blog dos 20 municípios que mais emplacaram carros e motos mensalmente no estado ao longo de 2019!