É madrugada. Homens armados invadem a sua casa. Fazem refém você e a sua família. Não importa se a sua esposa está grávida, se você é idoso, se há crianças no ambiente. Todos estão sujeitos a terem uma arma apontada para suas cabeças e suas vidas ceifadas ao menor descuido. Você fica sob ameaça constante a noite toda. Perto do amanhecer, os assaltantes se dividem. Uns sequestram sua família e os outros ficam com você. Te obrigam a ir até a sua unidade de trabalho, pegar todo o dinheiro do cofre e pagar o resgate de seus familiares em algum local que eles determinam. Caso não faça o que eles exigem, a ameaça é a morte de todos os sequestrados.
Esse é o conhecido assalto no “Sapatinho”, violência a qual os funcionários (as) do Banpará vêm sofrendo constantemente. Somente este ano já ocorreram três: um na Agência BR-Ananindeua, em 2 de março; no PAB SEDUC, em 30 de março; e no Banpará de Rio Maria, no último dia 2 de abril. Fora as duas tentativas frustradas de sequestro no Sul e no Sudeste do Pará, no último dia 6 de abril, que os bancários perceberam as situações e conseguiram escapar.
Em 2014 ocorreram “Sapatinho” nas unidades BR-Ananindeua, PAB SEDUC, PAB TJE, Agência Santa Isabel, PAB Centur, Agência Telégrafo, Agência Pedreira e PAB Hospital Gaspar Vianna, respectivamente.
A diferença nesta modalidade de assalto é que ele não ocorre nas dependências do Banco, mas, sim, na residência do bancário (a), que fica sob ameaça constante e, caso não atenda as exigências dos bandidos, pode ter ceifada a vida de seus familiares.
Embora esse tipo de assalto seja o que mais ocorre no Banpará nos últimos anos, a direção do Banco nada tem feito para refrear este tipo de violência. Nenhuma resposta efetiva foi dada para proteger a vida do seu trabalhador e familiares, que ficam constantemente sob a mira dos bandidos, mesmo que a Associação dos Funcionários do Banpará (AFBEPA) pressione constantemente por mais segurança.
“É preciso que o Banpará tome alguma atitude para proteger a vida de seus funcionários (as) e familiares, pois são estas as verdadeiras vítimas da insegurança, do Sapatinho. O Banco sabe disso e nada tem feito para resolver. É preciso garantias de que, ao assumir alguma função de confiança no Banco, esta vida seja resguardada. Queremos cuidado e segurança com a vida, pois a vida do ser humano vale muito mais”, ressalta a presidente da AFBEPA, Kátia Furtado.
A insegurança bancária não pode continuar. É importante proteger o patrimônio financeiro, mas a vida do ser humano também é valiosa.
Texto: Kamilla Santos, Assessora de imprensa