Funcionários do Ibama e Instituto Chico Mendes paralisam serviços

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Os servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Instituto Chico Mendes paralisam as atividades durante toda esta quarta-feira (27) para buscar a reestruturação do PCC (Plano de Cargos e Carreiras) e protestar contra a construção da usina de Belo Monte. O movimento acontece em todos os Estados brasileiros e Distrito Federal.

De acordo com a coordenadora do Sintsep/PA (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Pará), Neide Solimões, todos os servidores que deveriam trabalhar em Belém participam da manifestação. ‘No total, temos, na capital, 230 servidores, mas uma parte ainda está de férias e os 150 que ficaram para continuar os trabalhos aderiram ao movimento’, disse. Além de Belém, Santarém também faz parte da manifestação.

A coordenadora explica que o pedido de reestruturação do PCC é pelo não funcionamento do programa. ‘Este plano começou a vigorar em 2002, mas em 2004 já estava saturado de problemas. Desde então pedimos uma revisão, mas nada acontece. Os servidores não têm condições de trabalho e o pior é o congelamento dos salários. Tudo subiu, até a cesta básica, mas continuamos com os mesmo valores de 2002’, conta.

Segundo ela, caso o pedido não seja acatado, os servidores podem ir ao extremo. ‘Em dezembro fizemos uma paralisação de dois dias. Agora em janeiro, temos essa de 24 horas. Caso continue do mesmo jeito, teremos uma de três dias em fevereiro e, no dia 3 de março, começaremos greve por tempo indeterminado’, relata.

Na pauta de reivindicação, há ainda um protesto contra a construção da usina de Belo Monte. ‘O Governo Federal, através dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, está pressionando há meses os nossos servidores para que seja liberada a licença que permite o início das obras. Mas sabemos que vários crimes ambientais serão cometidos caso isso aconteça. A pressão é tão grande que dois servidores que ocupavam cargos de chefia pediram para serem afastados por conta destas pressões’, denuncia.

Conforme Solimões, para a construção da estacadeira (barreira) da usina, o rio Xingu será o primeiro afetado com crimes ambientais. ‘Uma parte do rio terá que secar e isso não acontece de forma natural. As empreiteiras jogam milhares de toneladas de terra para secar o rio e só isso já acarreta vários crimes. O lugar de onde esta terra é retirada fica prejudicado; o rio seca e não volta mais; a fauna e flora que depende do rio morre; e, como a terra não absorve toda a água, esse grande resto do rio acaba indo para as áreas indígenas, alagando tudo’, denuncia. ‘Os beneficiados com esta obra serão, realmente, só as empreiteiras, que ganharão ainda mais dinheiro’, finaliza.

Outro lado – Em nota, o Ministério do Meio Ambiente reiterou a declaração feita pelo ministro Carlos Minc, onde, em caráter de previsão, ele afirma que o licenciamento para a obra será concedida em fevereiro pelo Ibama. Em relação, às pressões denunciadas pela coordenadora do sindicato dos servidores no Pará, o Ministério não se pronunciou. O Portal ORM entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia e aguarda nota oficial.

Redação: Portal ORM

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